O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta quinta-feira (19) o envio de uma missão de 300 observadores militares desarmados à Síria com total liberdade de movimento, apesar da persistência da violência no país e do não cumprimento do cessar-fogo.

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"Apesar do acordo feito com o governo sírio para acabar com a violência, ainda vemos provas profundamente perturbadoras de que ela continua", disse Ban após se reunir com o Conselho de Segurança, onde apresentou um plano para possibilitar a implementação da Missão de Supervisão das Nações Unidas na Síria (UNSMIS).

O principal responsável da ONU assegurou que apesar do regime de Bashar al Assad ter se comprometido a aplicar o plano de paz do enviado especial Kofi Annan, nos últimos dias ocorreu um aumento da violência no país, com bombardeios nas zonas civis, abusos das forças governamentais e ataques de grupos armados.

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Com o objetivo de "ajudar a melhorar a situação no local", Ban propôs aos quinze membros do Conselho que autorizem "com rapidez" o envio de uma missão de 300 observadores desarmados, apoiados por um grupo de civis, durante um período inicial de três meses e que dê continuidade à missão que já está trabalhando no país.

"Não é uma missão que não envolva riscos, mas acho que ela pode contribuir para promover a paz e incentivar um acordo político que reflita a vontade do povo sírio", explicou Ban.

O secretário-geral ressaltou que a missão ajudaria a "melhorar a situação no país, interromper a violência e preparar o local para a aplicação do plano de paz" de Annan.

Ban pediu o apoio das autoridades sírias para a missão da ONU e autorização do Conselho de Segurança para sua aplicação. Além disso, solicitou que Damasco garanta a "liberdade de movimento" de seus integrantes.

"Para que a missão tenha êxito, solicitamos a completa colaboração do governo sírio, particularmente na hora de garantir sua liberdade de movimento e acesso, segurança e proteção de seus membros, assim como o uso de helicópteros e outras formas de transporte", explicou o diplomata sul-coreano.

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Ban frisou "a responsabilidade do governo da Síria" para que a missão funcione. Após a equipe de Annan e o regime de Damasco formalizarem o acordo para o envio de mais observadores ao país, o diplomata se reuniu com o embaixador sírio na ONU, Bashar Jafari, para conseguir compromissos da Síria para o funcionamento da missão.

"Jafari me assegurou que o governo dará seu total apoio, incluído a mobilidade aérea", disse Ban. Para garantir a rapidez de movimento das ações, foi estipulado que a missão contará com helicópteros e outros meios de transporte aéreos.

Acordo

Apesar da formalização do acordo, o governo de Bashar al Assad tem "preocupações" sobre a nacionalidade dos observadores, disse Ban. Apesar disso, o secretário-geral garantiu que as autoridades sírias não impuseram "condições prévias sobre a nacionalidade e a liberdade de movimento" da missão.

Ban afirmou no Conselho de Segurança que a missão de observadores que está na Síria teve problemas para se movimentar nos três primeiros dias de tralho, pois a entrada em Homs, uma das cidades mais castigadas pelo conflito, foi proibida.

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Para que a UNSMIS se torne realidade, o principal órgão internacional de segurança deve aprovar uma resolução sobre a missão, o que deverá ocorrer na semana que vem, explicaram fontes diplomáticas. No entanto, alguns membros demonstraram preocupação com o envio de mais observadores para a Síria.

"O Conselho expressou seu desejo de autorizar rapidamente uma missão de observadores, mas também determinamos as condições necessárias. O governo sírio deve decidir agora se quer interromper o ciclo de violência e permitir a entrada de observadores que operem livremente", disse a presidente rotativa do Conselho de Segurança, a embaixadora americana na Onu, Susan Rice.

A diplomata explicou à imprensa que "o Conselho poderia autorizar amanhã mesmo" a missão, mas alertou que "se ela não puder se movimentar livremente nem entrar nos principais pontos do país" a ação não será efetiva.

Enquanto isso, a Síria viveu mais um dia de violência nesta quinta-feira. A oposição denunciou que as forças governamentais atacaram a localidade de Harak após observadores da ONU visitarem a região, e afirmaram também que as tropas do regime realizaram disparos e bombardearam a província de Homs.

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