O presidente da Costa Rica, Oscar Arias, disse nesta quarta-feira (8) que a agenda para a reunião entre o mandatário deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e o líder interino do país, Roberto Micheletti, não foi definida e evitou levantar expectativas sobre os resultados do encontro previsto entre os dois para a quinta-feira (9).
"Em dois dias a crise pode ser resolvida, assim como é possível que em dois meses não seja resolvida", disse Arias.
Ele disse desconhecer quais políticos farão parte das duas delegações que irão a San José, capital da Costa Rica. "Pedi que venham delegações pequenas, quatro pessoas cada, não mais. Temos que montar uma agenda. Até agora organizamos a chegada das duas partes, pensando em alojamento, enfim coisas de pouca importância", detalhou.
Arias disse que a Costa Rica tratará os dois políticos de maneira igual, mas "aqui teremos um presidente eleito que foi deposto e um senhor que exerce de facto a presidência de Honduras após o golpe". Arias disse que não abriu contatos com os diferentes atores políticos em Honduras. "Não falei com os militares e nem com os empresários. Apenas com o senhor Micheletti" e assegurou que há quatro dias não fala com Zelaya.
Arias esclareceu que os militares hondurenhos não foram convidados a participar do diálogo.
Arias condenou o golpe militar que culminou com a chegada de Micheletti ao poder. "Não vejo ninguém aplaudindo golpes de Estado, nossa luta é pela consolidação da democracia no mundo", afirmou.
Clima em Honduras
A população de Honduras passou esta quarta-feira na expectativa do anunciado encontro entre Zelaya e Micheletti, que deverá acontecer na quinta-feira na Costa Rica. Zelaya partiu nesta quarta-feira de El Salvador para a Costa Rica e Micheletti deverá deixar Tegucigalpa rumo ao país vizinho na manhã de quinta-feira.
A sociedade hondurenha está dividida não apenas a respeito do apoio a cada líder, mas também sobre os possíveis resultados da reunião de amanhã.
"Espero que eles resolvam tudo isso. Fique aqui quem ficar ou que dividam o governo", disse em TegucigalpaSuyapa Martínez, uma dona de casa de 60 anos.
Menos otimista, Marcio Durón acredita que não chegarão a um acordo.
"Não acredito que isso tenha solução. Aqui a ambição é maior que tudo", disse o hondurenho, um desempregado de 56 anos.
Embora tenham sido anunciadas manifestações de partidários dos dois políticos, apenas manifestantes a favor de Zelaya realizaram um bloqueio de rodovia nesta quarta-feira.
Na terça-feira, Zelaya e Micheletti aceitaram que o presidente da Costa Rica seja o mediador internacional da crise. Embora ambos tenham dito que estão dispostos a dialogar, advertiram que chegarão a San José com a mesma posição que os dividiu. As informações são da Associated Press.
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