A Assembleia Legislativa das Ilhas Malvinas defendeu nesta quarta-feira os direitos da presença britânica e dos kelpers (denominação dos ilhéus) sobre o arquipélago do Atlântico Sul.

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Em Port Stanley, capital das ilhas, as autoridades relativizaram as pressões da presidente argentina, Cristina Kirchner, para forçar a Grã-Bretanha a negociar a soberania das Malvinas.

As reivindicações argentinas sobre as ilhas ressurgiram com o início da exploração petrolífera nas águas próximas do arquipélago por parte da empresa britânica Desire Petroleum.

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Segundo Jan Cheek, parlamentar das Malvinas, é "irônico" o pedido argentino de devolução das ilhas e a insistência em recorrer à Organização das Nações Unidas (ONU) com o argumento de que é preciso "descolonizá-las": "O que a Argentina quer é que nos transformemos em colônia sua."

"A impressão que dá é que o governo argentino tenta nos utilizar. Quando um governo argentino está com problemas, tende a desviar a atenção da população para a questão das Malvinas, com a esperança de que isso possa unir as pessoas", declarou.

A representante dos kelpers indicou que a reação argentina sobre a chegada da plataforma petrolífera da Desire Petroleum era "esperada": "Ouvimos tantas besteiras por parte dos argentinos nestes anos todos que a gente até esperava estas coisas."

Por outro lado, argentinos ex-combatentes da campanha nas Malvinas queixam-se que a questão das Malvinas não tem provocado impacto na população argentina. Segundo os veteranos, organizados em dezenas de centros e federações em todo o país, os argentinos "não têm a menor ideia" da atual disputa sobre o arquipélago.

Nas últimas três semanas, desde os primeiros protestos do governo da presidente Cristina contra a exploração petrolífera, não foram registradas manifestações em favor do controle argentino das ilhas.

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"Está difícil que as pessoas saiam de casa (para manifestar-se)", lamentou Aldo Aguirre, presidente do Centro de Veteranos de Guerra da cidade de Río Grande, na Província de Terra do Fogo (da qual, teoricamente, as Malvinas fariam parte). "Acho que as pessoas estão mais preocupadas com seus salários, se as aulas das crianças vão começar ou se vai haver greve nas escolas", disse.

Segundo Aguirre, a retomada da polêmica sobre as ilhas "infelizmente passa como uma notícia a mais".