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A barriga da brasileira após as agressões bárbaras feitas por neo-nazistas na Suíça | Reprodução/Arquivo Pessoal
A barriga da brasileira após as agressões bárbaras feitas por neo-nazistas na Suíça| Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Família está revoltada com a violência

  • Paula Oliveira vive legalmente na Suíça

O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta quinta-feira (12), que considera "grave" e "chocante" o crime contra a advogada Paula Oliveira, que foi agredida e marcada com objetos cortantes em Dubendorf, cidade que fica perto de Zurique (Suíça).

Grávida, ela acabou perdendo seus filhos gêmeos. À polícia suíça, ela disse que sofreu um aborto logo depois do ataque.

O chanceler brasileiro acrescentou que o crime apresenta sinais de xenofobia (aversão a estrangeiros), o que o tornaria, em sua avaliação, "mais sério". "Há evidência aparente de xenofobia, pois o ataque denota uma outra motivação. Aparentemente, é xenofóbica, o que é preocupante. Mas não podemos tirar conclusões ainda. Mas, se de fato houve agressão de natureza xenofóbica, é um agravante e tem que ser tratado como tal", afirmou Amorim.

O ministro de Relações Exteriores informou ainda ter ligado para a cônsul-geral brasileira em Zurique, Vitória Clever, e ter pedido rigor na apuração do crime.

"Ela me disse que percebeu, de ontem para hoje, uma mudança de atitude. Um melhor acesso à chefia da polícia e pôde transmitir, de maneira mais direta, as preocupações brasileiras. A polícia disse que daria informações ainda hoje sobre o andamento das investigações. É preciso que fique muito claro que haverá uma investigação de todos aspectos", afirmou.

Segundo o chanceler brasileiro, é "muito raro" ter que ligar diretamente para um cônsul no exterior. "Evidente que é um caso chocante. Tomamos as medidas que deveríamos tomar, das várias formas que poderíamos tomar. Estamos aguardando os desdobramentos", disse.

Convocação

Nesta quinta-feira, Amorim convocou, ainda, o embaixador da Suíça no Brasil, Wilhelm Meier, para discutir o ataque à brasileira. Pelo fato de o embaixador suíço não estar presente em Brasília, foi enviado seu ministro-conselheiro Claude Grottaz, que conversou com o diretor-geral do Departamento Consular do Itamaraty, Eduardo Gradilone. Este repassou o recado ao suíço de que espera rigor na apuração do crime e punição dos culpados.

Trauma

O namorado da brasileira, o consultor de investimentos Marco Trepp, de 39 anos, afirmou que Paula Oliveira precisará de muito tempo para superar a violência sofrida e a perda dos gêmeos de que estava grávida. "Não é fácil suportar uma coisa dessas", disse.

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