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Armas nucleares

Ataque ao Irã seria precedente perigoso, diz Kadafi

O líder líbio Muammar Kadafi disse na quinta-feira que é contra qualquer ação militar contra o Irã mesmo que o país tente desenvolver armas nucleares.

"Se estamos falando em ação militar, então a questão será quem irá realizá-a? Quem tem o direito de fazê-lo?" disse Kadafi ao Conselho de Relações Exteriores, uma entidade de estudos de Nova York.

Kadafi disse que uma ação contra o Irã estabeleceria um precedente perigoso, e lembrou que outros países, como Índia, Paquistão, China, Rússia, Estados Unidos e Israel têm - ou, no caso de Israel, supõe-se que tem - armas nucleares.

"Todos eles têm bombas atômicas. Por que não realizar uma ação militar contra eles?," indagou.

Nenhum país acredita que o Irã tenha armas nucleares, e Teerã rejeita suspeitas ocidentais de que estaria tentando desenvolvê-las. Israel, no entanto, se diz ameaçado pela República Islâmica e não descarta ações militares contra suas instalações nucleares.

Estados Unidos, Grã-Bretanha e outros países normalizaram relações com a Líbia nos últimos anos, depois de Trípoli abrir mão, em 2003, de seus programas de armas nucleares, químicas e biológicas. O país norte-africano vem recebendo desde então grandes investimentos ocidentais no setor petrolífero.

Kadafi, que na quarta-feira discursou na Assembleia Geral da ONU pela primeira vez em seus 40 anos no poder, disse que Trípoli "não apoiaria um Irã com armas nucleares."

O Conselho de Segurança da ONU debateu a proliferação nuclear numa reunião na quinta-feira presidida pelo norte-americano Barack Obama. Dos 15 líderes nacionais que poderiam participar, Kadafi foi o único ausente.

Isso evitou um potencial constrangimento caso ele e Obama tivessem que trocar um aperto de mãos, num momento em que há certa indignação contra a Líbia nos EUA por causa da recente libertação, na Escócia, de um cidadão líbio que havia sido condenado pelo atentado de 1988 contra um avião da extinta Pan Am sobre a localidade de Lockerbie.

Em sua visita aos EUA, Kadafi reiterou a negativa de que seu governo tenha participado daquele atentado.

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