Forças sírias bombardearam Homs nesta segunda-feira, matando 50 pessoas em um ataque contínuo a vários bairros da cidade, que se tornou o centro de uma oposição armada ao presidente Bashar al-Assad, de acordo com o grupo oposicionista Conselho Nacional Sírio (CNS).
Na véspera, os EUA prometeram sanções mais duras contra a Síria em resposta ao veto chinês e russo a uma resolução da ONU que endossava um plano da Liga Árabe com vistas ao afastamento de Assad.
"A contagem que recebemos de vários ativistas em Homs desde que o bombardeio começou, às 6h, é de 50 (mortos), principalmente civis", disse Catherine al Talli, porta-voz do CNS, à Reuters.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, também ligado à oposição, disse ter os nomes de 17 mortos, mas acrescentou que o total ainda deve subir. Canais árabes de TV transmitiram imagens ao vivo mostrando fumaça saindo de prédios, e o ruído de explosões ao fundo.
"Esse é o bombardeio mais violento nos últimos dias", disse um ativista que está na Síria e manteve contato com moradores de Homs. Outro ativista disse que as forças leais ao presidente Bashar al Assad estavam usando lançadores para múltiplos foguetes na ofensiva.
De acordo com os ativistas, mais de 200 pessoas foram mortas na noite de sexta-feira pela ação de tanques e artilharia no bairro de Khalidiya, em Homs. Foi o maior número de mortos relatado em um só dia desde o início da rebelião contra Assad, que começou em março como parte da chamada Primavera Árabe.
O governo sírio nega estar bombardeando casas, e diz que as imagens de cadáveres que correm na internet foram armadas. A imprensa estatal relatou nesta segunda-feira que "grupos terroristas armados" estão atirando granadas de morteiro em Homs, incendiando pneus e explodindo prédios vazios para dar a impressão de que a cidade está sendo atacada pelas forças governamentais.
É difícil verificar os relatos feitos por ativistas e autoridades, porque a Síria restringe o acesso da imprensa independente no país.
De acordo com os ativistas, a nova ofensiva é bastante ampla, com explosões nos bairros de Khalidiya, Baba Amro, Bayada e Bab Dreib. "Eles querem expulsar o Exército Sírio Livre", disse por telefone Hussein Nader, morador de Baba Amro, referindo-se a uma força rebelde composta principalmente por militares desertores, e que há meses controla partes da cidade. "Os foguetes estão caindo com segundos de intervalo, sobre o mesmo alvo."
Ativistas disseram que uma explosão atingiu um oleoduto que abastece uma importante refinaria de Homs, no segundo ataque ao duto em uma semana, e que a localidade de Zabadani, que fica perto da fronteira com o Líbano e está sob controle da oposição, também foi bombardeada nesta segunda-feira.
Militares desertores anunciaram a criação de um "Alto Conselho Revolucionário" que substituiria o Exército Sírio Livre como principal força armada no combate a Assad. Ele estaria sob o comando do general Ahmed al Sheikh, mais graduado desertor das forças governamentais, que fugiu para a Turquia.
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