Um ataque aéreo de Israel matou dez pessoas e feriu cerca de outras 30 neste domingo (3) em uma escola da ONU ao sul da Faixa de Gaza, disse uma autoridade palestina, enquanto dezenas morreram no bombardeio israelense do enclave e o Hamas disparava foguetes contra Israel.
O Exército israelense disse que está investigando o ataque, o segundo a uma escola em menos de uma semana.
A mídia israelense, no 27º dia de combate, reportou que a maioria das tropas israelenses havia saído de Gaza e imagens da Reuters TV mostraram a coluna de tanques israelita e dezenas de homens da infantaria deixando o enclave.
Um porta-voz do exército de Israel chegou a chamar o movimento de retirada, mas disse que os residentes de alguns bairros palestinos evacuados foram avisados pelo exército de que poderiam voltar.
"As tropas estão no meio de uma redistribuição a outras partes da fronteira", disse o tenente-coronel Peter Lerner.
"Estamos de fato liberando as tropas da linha de frente, mas a missão está em curso. As forças terrestres estão operando. Forças aéreas estão operando."
Na cidade de Rafah, onde o exército tem combatido militantes, um míssil de aeronave israelente atingiu a entrada da escola, onde palestinos que deixaram suas casas estavam se abrigando, disseram testemunhas e médicos.
Ashraf Al-Qidra, porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, disse que dez pessoas foram mortas e 30 feridas.
Robert Serry, Coordenador Especial da ONU no Oriente Médio, disse que o ataque nas proximidades da escola em Rafah, abrigando 3 mil pessoas, causou múltiplas mortes e lesões.
"É simplesmente intolerável outra escola ter sido alvo de fogo quando foi designada para providenciar abrigo para civis que fogem das hostilidades", disse.
Na quarta-feira, pelo menos 15 palestinos que haviam se refugiado em uma escola da ONU, no campo de refugiados Jabalya, foram mortos em combates, e a ONU disse que parecia que a artilharia israelense atingiu o edifício.
Os militares israelenses disseram que homens armados haviam disparado morteiros a partir da escola, e os soldados responderam com tiros.
Pressão
Mais cedo no domingo, um ataque de Israel deixou pelo menos 30 mortos na Faixa de Gaza, um dia depois de o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, prometer manter a pressão contra o Hamas, embora o Exército tenha concluído sua missão principal, que é destruir uma rede de túneis usados para atacar Israel.
Netanyahu diz que a facção dominante do Hamas em Gaza possui responsabilidade final pelas vítimas civis, acusando homens armados e esquadrões de lançamento de foguetes de usar residentes em áreas densamente povoadas como "escudos humanos".
Ashraf Goma, líder do Fatah e residente de Rafah, disse que o exército israelense estava bombardeando a cidade a partir do ar, terra e mar, e os habitantes não podiam cuidar dos feridos e dos mortos.
"Os corpos dos feridos estão sangrando nas ruas e há corpos nas ruas, sem que ninguém possa resgatá-los."
"Eu vi um homem em uma carroça trazendo sete corpos para o hospital. Corpos estão sendo mantidos em geladeiras de sorvete, de flores e coolers", disse Goma.
O exército israelense disse que mais de 55 foguetes foram atirados de Gaza em Israel no domingo.
As tropas israelenses descobriram um esconderijo de 150 morteiros no sul da Faixa de Gaza. Eles entraram em confronto com combatentes palestinos que haviam surgido a partir de um túnel e com os outros que se preparam para lançar um míssil antitanque de uma casa na área, disse um comunicado do exército.
No Cairo, esforços para encontrar uma nova trégua devem ser retomados no domingo.
Uma delegação dos grupos militantes palestinos Hamas e da Jihad Islâmica chegou à capital egípcia, mas um avanço rápido parece improvável na ausência dos representantes de Israel.
Depois de acusar o Hamas de violar o cessar-fogo acordado pelos EUA e a ONU na sexta-feira, Israel disse que não iria enviar emissários, como anteriormente previsto.
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