Ativistas detidos por comandos israelenses, em uma ação contra uma frota humanitária que seguia para a Faixa de Gaza, denunciaram hoje assassinatos cometidos pelos militares de Israel. Segundo eles, as forças israelenses utilizaram de brutalidade e maus-tratos durante a operação que levou à condenação internacional.
Israel deportou hoje para a Jordânia 126 ativistas de diversos países, incluindo jordanianos e cidadãos de Argélia, Azerbaijão, Bahrein, Indonésia, Kuwait, Malásia, Mauritânia, Marrocos, Omã, Paquistão, Síria e Iêmen. Mais de 200 turcos também estão seguindo de avião para seu país. Os turcos eram a maioria dos mais de 600 passageiros dos navios que levariam ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
A Grécia reclamou que vários de seus cidadãos foram maltratados, enquanto relatos foram divulgados sobre uma jornalista australiana que teria levado choques. Voluntários muçulmanos também descreveram os "crimes" israelenses. O renomado escritor sueco Henning Mankell, que estava a bordo de um dos seis navios da flotilha interceptada na segunda-feira, acusou Israel de "brutalidade". A ação israelense deixou nove ativistas mortos.
Israel culpou ativistas em uma embarcação turca pela confrontação em águas internacionais. O país afirmou que suas tropas foram atacadas enquanto entravam em um navio e que os nove passageiros foram mortos no confronto que se seguiu. Já os ativistas alegam que os israelenses atacaram primeiro.
'Crueldade'
"O que aconteceu foi inacreditável. O modo como os criminosos soldados israelenses nos bateram e mataram ativistas turcos a sangue-frio foi como um filme sangrento. Eles poderiam ter prendido" os ativistas, disse o parlamentar marroquino Abdelqader Amara, que foi deportado para Amã, na Jordânia. "Os israelenses usaram munição de verdade e nos mostraram toda a barbaridade e crueldade do mundo, ainda que todos nós estivéssemos desarmados."
O parlamentar do Kuwait Waleed al-Tabtabai, que integrava a flotilha, disse que pelo menos dois ativistas foram mortos por disparos israelenses feitos de barcos e de um helicóptero. "Foi um crime cometido por piratas de alto-mar."
Atenas exigiu a imediata libertação de cerca de 30 ativistas gregos ainda presos, alguns deles por supostamente se recusarem a assinar os documentos para sua libertação, por estes papéis estarem apenas em hebraico. "Pelo que sabemos, vários protestaram porque estavam sendo maltratados durante suas prisões", disse o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores grego, Yiannis-Alexios Zepos, após se reunir com o embaixador de Israel no país.
Na Austrália, o jornal "Sydney Morning Herald" disse que sua fotógrafa Kate Geraghty pode ter sido atingida por uma bomba de efeito moral durante a ação. Em seu jornal, o diário relata que Kate contou ontem a funcionários ter sido agredida com um aparelho que emite choques, sentindo-se posteriormente nauseada e com uma pequena queimadura.
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