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Ativistas e médicos da África do Sul entraram na Justiça contra o governo por não ter tomado providências contra um famoso médico "dissidente" que promove o uso de vitaminas não-testadas para combater a epidemia de Aids, disseram autoridades nesta tera-feira.

A Campanha Ação de Tratamento (TAC) e a Associação Médica Sul-Africana (Sama) disseram que o ministro da Saúde, Manto Tshabalala-Msimang, negligenciou o público ao permitir que Matthias Rath continuasse atuando na África do Sul.

- Matthias Rath ... está usando os pobres, principalmente os negros, como cobaias ... e o governo não está fazendo nada - disse o secretário-geral da TAC, Sipho Mthathi, numa declaração à imprensa.

A TAC e a Sama entraram na Justiça junto Alta Corte do Cabo exigindo que Tshabalala-Mismang e o Conselho de Controle de Remédios, um órgão estatal, tomem providências contra Rath, que realiza ensaios com multivitaminas em pacientes de Aids na favela de Khayelitsha.

Aqueles que o criticam dizem que os ensaios de Rath não foram aprovados por comitês éticos de pesquisa, e que afastam as pessoas das drogas anti-retrovirais, que retardam o avanço da Aids.

Ativistas dizem que 900 sul africanos morrem por dia de doenças relacionadas à Aids. Dados oficiais estimam que 5,6 milhões de sul-africanos estão infectados com o HIV, o maior número absoluto de casos do mundo.

Rath, que mora nos Estados Unidos, e sua fundação pregam a boa nutrição e vitaminas para combater a Aids, e já usaram panfletos e anúncios de jornal para atacar os remédios anti-retrovirais, que acusam de ser venenosos.

Tshabalala-Msimang recusou-se a condenar Rath, embora o Conselho de Controle de Remédios esteja investigando as acusações de que os ensaios feitos pela fundação são ilegais.

O ministério, que frequentemente recebe críticas por apoiar posições que "negam" a Aids, confirmou a ação judicial, mas disse que suas políticas não mudarão.

- Não concordamos com a afirmação do TAC de que as drogas anti-retrovirais são a única intervenção cientificamente comprovada para reverter o avanço da Aids - disse o porta-voz Sibani Mngadi num comunicado.

A TAC, que ganhou uma ação judicial histórica em 2002 obrigando o governo a fornecer remédios para impedir a transmissão vertical da Aids (entre mãe e bebê), já está processando Rath por difamação, pois ele acusou o grupo de ser uma fachada para o cartel global de drogas.

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