Uma nova pesquisa divulgada nesta sexta-feira (26), a dois dias das eleições presidenciais na Argentina, aponta vitória da senadora e primeira-dama, Cristina Kirchner, logo no primeiro turno, no próximo domingo (28).
A sondagem, realizada para o jornal "La Nación" pelo instituto Poliarquia (um dos maiores do país), mostra uma vantagem ainda maior sobre os adversários -um crescimento de 2,9% sobre a pesquisa anterior, realizada há uma semana. Em relação a Elisa Carrió, a segunda colocada, Cristina abriu 25 pontos percentuais de vantagem.
Pela nova pesquisa, a mulher do atual presidente, Néstor Kirchner, vai levar 46,7% dos votos. Carrió, 21,8%. Roberto Lavagna, o terceiro colocado, ficou com 14,3%.
Diferentemente do Brasil, onde o candidato precisa ter mais de metade dos votos válidos para ganhar no primeiro turno, o sistema argentino tem outras regras.
Para evitar o segundo turno, Cristina tem que conseguir pelo menos 45% dos votos ou 40% e 10 pontos de diferença sobre o segundo colocado. Pelos dados desta última pesquisa Cristina cumpre os dois requisitos.
Eleita?
Na noite de quinta-feira, em seu último comício de campanha, Cristina conversou rapidamente com o correspondente da TV Globo na Argentina, Ari Peixoto. E, pela primeira vez, deixou escapar que já se considera eleita.
Muito animada, a primeira-dama prometeu que, se eleita, sua primeira viagem como presidente será ao Brasil.
Quem vota em quem
O novo levantamento deixa ainda mais clara a divisão social que existe hoje na Argentina em relação ao voto. Cristina ganha por larga margem de vantagem entre os menos escolarizados.
Já Carrió, que diz ainda acreditar na realização de um segundo turno, ganha entre as pessoas com nível universitário (neste grupo, Carrió tem 26,3% dos votos, contra 21,9% de Cristina e 17,8% de Lavagna). Para justificar suas esperanças, a candidata aponta para o fato de haver na véspera da eleição cerca de 8% de indecisos.
O levantamento foi realizado entre segunda e quinta-feira. Foram entrevistadas 2.200 pessoas em todo o país. A margem de erro, segundo o Poliarquia, é de 2,1%.