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Aumento da temperatura dos oceanos pode dizimar corais

Inclusas na pauta da Conferência sobre Mudança Climática (COP21), que será realizada em Paris, de 30 de novembro a 11 de dezembro, as questões sobre o aumento da temperatura dos oceanos já estão sendo tratadas na 25ª Conferência de de Geoquímica de Goldschmidt, em Praga, que começou no sábado (15) e segue até 21 de agosto. E, nas primeiras análises apresentadas no evento, estima-se que os esforços para contornar o problema podem não bastar para salvar os recifes de corais do mundo. Um dos objetivos da COP21 é limitar o aumento da temperatura a menos de 2 graus Celsius até o final do século.

Segundo o professor Peter F. Sale, da Universidade de Windsor, do Canadá, mesmo se for firmado um tratado, o aquecimento e a acidificação dos oceanos vão continuar para além de 2100.

“O que acontece agora é grave. Acho muito improvável que os recifes, como eu os conhecia em meados da década de 1960, ainda sejam encontrados em qualquer lugar do planeta até meados do atual século”, vislumbra o professor.

De acordo com sua análise, “em vez disso, teremos algas cobrindo escombros e erodindo bancos de pedra calcária”.

Para Sale, a única esperança seria um plano mais agressivo de redução nas emissões de CO2 para no máximo 350 ppm (partes por milhão — uma maneira de medir a proporção de moléculas de dióxido de carbono em relação às demais moléculas da atmosfera).

“Perdemos 90% da nossa biomassa de peixes desde a década de 1940 pela poluição das águas costeiras, e a maioria das áreas marinhas não está sendo protegida. Nós temos o direito ético de eliminar todo um ecossistema?”, questiona.

Especialistas como Ove Hoegh-Guldberg, principal autor do capítulo “O oceano” apresentado no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), e John Veron, ex-cientista-chefe do Instituto Australiano de Ciência Marinha e especialista em corais, fazem coro:

“Esta é uma emergência global. O aumento das temperaturas eliminará ecossistemas como os recifes de coral e muitos outros sistemas dos quais os seres humanos dependem”, afirma Hoegh-Guldberg.

Segundo Veron, “se a Humanidade não se prevenir contra tais ameaças, nenhuma outra medida poderá salvar as gerações futuras das consequências”.

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