Comitê do Nobel anuncia os vencedores da categoria Química| Foto: Reuters/Bertil Ericson/TT News Agency

Confira os prêmios Nobel de 2014

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O Prêmio Nobel de Química, anunciado nesta quarta-feira (8), foi concedido a um trio de pesquisadores que, trabalhando separadamente, superaram um limite da ciência estabelecido em 1873: quão pequeno pode ser um organismo vivo enxergado por um microscópio.

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"O seu trabalho inovador levou a microscopia óptica para a nanodimensão", diz o comunicado da Real Academia Sueca de Ciências ao informar sobre a concessão do prêmio.

No século XIX, o microscopista Ernst Abbe estipulou o limite físico para a resolução da microscopia tradicional, que usa luz para enxergar: 0,2 micrômetros.

Dois americanos, Eric Betzig, pesquisador do Instituto Médico Howard Hughes, e William Moerner, da Universidade Stanford, e o alemão Stefan Hell, do Instituto Max Planck, trabalharam separadamente nesse problema.

A chave foi usar fluorescência: fazer as moléculas das células brilharem para aumentar o foco e a resolução do microscópio.

Antes, para enxergar estruturas muito pequenas, como as partes de uma célula ou um vírus, era preciso usar microscopia eletrônica, que não pode ser empregada em estruturas vivas, porque requer fatiar a amostra.

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Com o trabalho dos três, foi possível ver a dinâmica das células, entender como elas funcionam e o que acontece quando elas estão doentes, por exemplo.

Em 2000, Stefan Hell desenvolveu um método que usa dois feixes de laser: um estimula o brilho de moléculas fluorescentes e o outro elimina toda a fluorescência que não esteja na escala desejada. Assim, é possível fazer uma varredura só no nível nanométrico.

Betzig e Moerner criaram um método para estudar molécula por molécula, ligando e desligando a fluorescência em cada uma delas. São feitas diversas varreduras na amostra até que se documentem todas as moléculas desejadas. A sobreposição das imagens cria uma imagem de altíssima resolução em nível molecular, e foi usada pela primeira vez em 2006 por Betzig.

O prêmio leva o nome do inventor da dinamite Alfred Nobel e é concedido desde 1901 para realizações na ciência, literatura e busca da paz, de acordo com o estipulado por ele em seu testamento.

A atual edição do Nobel começou na segunda-feira (6) com a concessão do prêmio de Medicina para o americano John O'Keefe e o casal norueguês May-Britt Moser e Edvard Moser, pela descoberta das "células que constituem o sistema de posicionamento do cérebro".

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Na terça-feira (7), foi a vez do Nobel de Física, que foi para três cientistas japoneses e sua pesquisa que levou ao diodo emissor de luz (LED, da sigla em inglês) azul. Com a descoberta, foi possível desenvolver a lâmpada de LED, mais econômica e ambientalmente sustentável que as incandescentes ou que as fluorescentes.

Na quinta-feira (9), será divulgado o prêmio do Nobel de Literatura, na sexta-feira (10) o da Paz e na segunda-feira (13) o de Economia.

Além do reconhecimento por seus trabalhos, os premiados em cada categoria receberão 8 milhões de coroas suecas (US$ 1,1 milhão).

A entrega dos prêmios será realizada, como estabelece a tradição, no dia 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel, em Estocolmo, para os vencedores das categorias Medicina, Física, Química, Literatura e Economia. O Nobel da Paz será entregue no mesmo dia, mas em Oslo, na Noruega.