Aviões de guerra aliados entraram em ação para impedir que as forças do líder líbio Muamar Kadafi ataquem o reduto rebelde de Benghazi, disse o presidente francês, Nicolas Sarkozy, neste sábado (19).
As tropas de Kadafi rumaram na manhã do sábado para as cercanias de Benghazi, cidade de 670 mil habitantes, em uma aparente tentativa de se antecipar à intervenção esperada após uma reunião entre líderes árabes e ocidentais em Paris.
Ao final do encontro, Sarkozy anunciou que forças aliadas já haviam entrado em ação.
"Os envolvidos concordaram em utilizar todos os meios necessários, especialmente militares, para aplicar as decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas", disse ele.
Sarkozy declarou que uma operação conduzida por França, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Canadá, e apoiada pelas nações árabes, está detendo ataques aéreos das forças de Gaddafi e que continuarão a menos que o líder líbio cesse o fogo.
Uma fonte militar francesa disse que seu país tem cinco aviões de guerra operando sobre a Líbia, incluindo um avião de reconhecimento AWACS e quatro aeronaves de ataque, dois Rafales e dois Mirages.
A ação militar pode ser suspensa a qualquer momento se Kadafi detiver os ataques de suas forças, afirmou Sarkozy.
"O coronel Kadafi fez isto acontecer", disse o primeiro-ministro britânico David Cameron aos repórteres após a reunião. "Ele mentiu à comunidade internacional, prometeu um cessar-fogo e o rompeu... não podemos permitir que o massacre de civis continue."
França e Grã-Bretanha assumiram o protagonismo ao forçar a intervenção internacional na Líbia, e os EUA - após embarcarem em guerras no Afeganistão e no Iraque - têm tido dificuldade para enfatizar que apoiam, não lideram, a operação.
A secretária de Estados dos EUA, Hillary Clinton, disse que seu país forneceria suas "habilidades únicas" para ajudar seus aliados europeus e canadenses a aplicar a resolução da ONU aprovada na quinta-feira para por fim à violência na Líbia.
Kadafi disse que as potências ocidentais não têm direito de intervir.
"Isto é uma injustiça, uma agressão clara", teria dito Kadafi, segundo o porta-voz de governo Mussa Ibrahim, em carta à França, Grã-Bretanha e ONU. "Vocês lamentarão se interferirem em nossos assuntos internos."
O governo líbio culpou os rebeldes, que diz serem membros da Al Qaeda, por romper o cessar fogo ao redor de Benghazi.
Uma grande multidão de apoiadores de Gaddafi acenando com bandeiras verdes da Líbia e retratos do líder se reuniram perto de sua casa em Trípoli, em uma aparente manobra para desencorajara ataques aéreos estrangeiros.
Tiros de desafio foram disparados na capital após o anúncio francês, e apoiadores de Gaddafi correram pelas ruas gritando slogans das janelas de seus carros.
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