Um alto funcionário do Departamento de Defesa dos Estados Unidos informou que navios da Marinha norte-americana dispararam 112 mísseis Cruise contra instalações de defesa antiaérea da Líbia no litoral do país. Ele acrescentou que 20 alvos foram atacados, mas não deu mais detalhes.
Os disparos foram feitos poucas horas depois de aviões militares franceses lançarem mísseis contra veículos blindados das forças leais ao coronel Muamar Kadafi, na primeira operação militar de uma coalizão de 22 países formada para impedir que as tropas continuem a atacar civis.
O funcionário do Pentágono disse que a onda de ataques norte-americanos com mísseis será executada em etapas, com o objetivo de destruir as instalações de defesa antiaérea em torno de Trípoli, a capital líbia, e no litoral próximo de Benghazi, a segunda maior cidade do país, que está ocupada pelas forças que tentam derrubar Kadafi.
Entre as forças que os EUA deslocaram para a costa líbia estão dois lança-mísseis, o USS Barry e o USS Stout, dois navios anfíbios para desembarques de tropas, o USS Kearsarge e o USS Ponce, o navio de comando e controle USS Mount Whitney, o submarino USS Providence e o porta-aviões USS Enterprise. Testemunhas disseram que os EUA também reforçaram seu contingente na base de Aviano, na Itália, com mais cinco caças F-18, dois aviões de transporte C-17 e um C-130.
Em Londres, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que forças britânicas já estão em ação na Líbia. Segundo ele, submarinos britânicos dispararam mísseis Tomahawk contra a defesa antiaérea líbia.
O país enviou aviões militares Typhoon e Tornado para impor a zona de exclusão aérea autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU, numa ação que Cameron descreveu como "necessária, legal e correta". O Reino Unido também mobilizou os aviões de observação eletrônica Awacs em sua base de Akrotiri, no Chipre, e enviou para a costa líbia as fragatas HMS Westminster e HMS Cumberland.
A França, por sua vez, anunciou que o porta-aviões Charles de Gaulle deixaria o porto de Toulon amanhã rumo à costa da Líbia. O Canadá deslocou seis caças F-18 para uma base italiana. A Dinamarca enviou seis caças F-16 para a base aérea norte-americana de Sigonella, na Sicília. A Itália ofereceu à coalizão o uso de sete bases militares (Sigonella, Aviano, Amendola, Decimomannu, Gioia del Colle, Pantelleria e Trapani). A Espanha enviou seis caças F-18 e um avião-tanque de reabastecimento KC-135, um avião de reconhecimento, um submarino e uma fragata. A Noruega ofereceu seis caças F-16 e estuda enviar um avião de vigilância Orion.
Os primeiros ataques contra a Líbia aconteceram exatamente oito anos depois do início da invasão do Iraque por uma coalizão liderada pelos EUA. Em Washington, dezenas de manifestantes foram presos ao protestar contra a guerra no Iraque. Entre os presos estava Daniel Ellsberg, o ex-analista militar famoso por ter "vazado" para a imprensa, no começo dos anos 1970, os chamados Documentos do Pentágono, cuja divulgação contribuiu para o fim da Guerra do Vietnã.
Protestos semelhantes estavam marcados para Chicago, San Francisco e outras cidades norte-americanas. Em Quantico (Virgínia), uma grande manifestação está marcada para amanhã, em protesto contra as condições de encarceramento do soldado Bradley Manning, acusado de ter "vazado" centenas de milhares de documentos diplomáticos norte-americanos para o site WikiLeaks. As informações são da Associated Press.
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