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América do Sul

Bachelet promete reformas após vitória esmagadora no Chile

Apoiadores da candidata socialista comemoram o resultado da eleição nas ruas de Santiago | Ivan Alvarado/Reuters
Apoiadores da candidata socialista comemoram o resultado da eleição nas ruas de Santiago (Foto: Ivan Alvarado/Reuters)

A socialista Michelle Bachelet prometeu realizar grandes reformas tributárias e educacionais para atenuar as divisões sociais no Chile, após assegurar o retorno à Presidência por ampla maioria em votação no domingo (15).

Bachelet teve cerca de 62% dos votos no segundo turno contra a conservadora Evelyn Matthei, da situação. Foi a mais expressiva votação de um candidato presidencial desde a restauração da democracia chilena, em 1990.

A médica socialista volta ao Palácio de La Moneda quatro anos após completar seu primeiro mandato.

"O Chile olhou para si, olhou seu caminho, sua história recente, suas feridas, seus feitos, suas tarefas pendentes, e este Chile decidiu que é hora de iniciar transformações profundas", disse Bachelet a uma eufórica multidão de admiradores no domingo à noite, sob uma chuva de confetes.

"Não há dúvida: os lucros não podem ser o motor por trás da educação, porque a educação não é uma mercadoria, e porque os sonhos não são um bem de consumo", afirmou.

Geralmente, as boas escolas chilenas são pagas, e protestos estudantis --alguns violentos-- pedindo uma mudança nessa situação contribuíram para reduzir a popularidade do presidente conservador Sebastián Piñera.

Bachelet disputou a eleição prometendo novas políticas sociais que combatam as desigualdades sociais, e propondo um aumento dos impostos empresariais para bancar esses planos.

"Ela vai governar com profundas demandas por mudanças", disse o senador Ricardo Lagos Weber, aliado de Bachelet, à Reuters. "O país não está na lona, é saudável, organizado, está crescendo economicamente, gerando empregos e melhorando os salários. Mas também é profundamente desigual."

Outra promessa de campanha da presidente eleita é alterar a Constituição e o sistema eleitoral, herdados da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

"Bachelet prometeu muito, e as expectativas estão elevadas, ao passo que a situação (econômica) não está tão favorável quanto em anos recentes", disse o cientista político Patricio Navia, professor da Universidade de Nova York.

Se precisar rever suas promessas por causa da necessidade de controlar os gastos públicos, é possível que também enfrente protestos. Logo depois do anúncio da vitória, desconhecidos hackearam o site do Ministério da Educação, onde deixaram a seguinte frase: "Senhora presidente, vamos nos encarregar de tornar as coisas difíceis para a senhora. O ano que vem será uma época de protestos."

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