A Itália anunciou ontem que reduzirá sua participação na operação militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Líbia, colocando em evidência a falta de sintonia entre os aliados europeus em sua campanha contra o ditador Muamar Kadafi.
O volume de dinheiro destinado à guerra na Líbia por Roma será cortado. Nos três primeiros meses do conflito, foram gastos 142 milhões de euros. Até setembro, o governo italiano destinará 58 milhões de euros. O porta-aviões Garibaldi será substituído por um navio menor, o que significará o uso de mil soldados a menos. Os aviões serão substituídos por jatos que farão operações a partir das bases italianas.
"Eu era contra e sou contra a intervenção que terminará de uma forma que ninguém sabe", declarou o premiê italiano, Sílvio Berlusconi, que por anos manteve uma boa relação com Kadafi e o estimulou a investir na Itália. Ele disse que a pressão para que se unisse à operação na Líbia "não foi dos Estados Unidos, mas de um grande país europeu", referindo-se à França. "Fizemos perguntas muito precisas aos protagonistas da iniciativa - ou seja, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e o premiê britânico, David Cameron", disse. "A resposta foi que a guerra terminaria quando houvesse uma revolta da população de Trípoli contra o regime", disse Berlusconi.
O premiê tem sido pressionado pela Liga Norte, partido que garante sua maioria no Parlamento, a sair do combate. Tanto por causa dos custos quanto pela onda de imigração para o território italiano. Berlusconi está sendo criticado desde que a Líbia decidiu dar contratos que estavam nas mãos de empresas italianas no setor do petróleo a companhias de China e Rússia, países que se opõem à guerra.
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