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Contra o "imperialismo"

Bolívia vai proibir bases militares dos EUA, diz Morales

O presidente da Bolívia, Evo Morales, homenageou na quarta-feira o guerrilheiro comunista Ernesto "Che" Guevara, capturado há 40 anos no país, anunciando que a nova Constituição boliviana proibirá a instalação de bases militares norte-americanas em seu território.

O presidente indígena, principal orador do ato em homenagem ao Che, propôs que todos os países latino-americanos adotem a mesma restrição às bases "imperialistas".

Os militares bolivianos, responsáveis pela captura de Che há exatos 40 anos (e por sua execução no dia seguinte), não participaram do evento oficial, preferindo discretos atos em que celebraram sua "vitória" contra a guerrilha liderada pelo militante de origem argentina.

"Estamos apostando que mediante uma nova Constituição não se pode permitir nenhuma base militar em território boliviano", disse Morales ao garantir que a Bolívia está conquistando pela via democrática mudanças em prol dos valores de "igualdade e justiça" pelos quais Che lutou.

"Quisera todos os países latino-americanos apostássemos em que o governo dos Estados Unidos não pense mais em bases militares na América Latina", acrescentou Morales, que se declara pacifista, mas é um fervoroso admirador de Guevara.

Os Estados Unidos querem instalar novas bases na América do Sul, depois que o governo do Equador rejeitou a prorrogação da concessão da base aérea de Manta, que expira em 2009.

Morales afirmou que no século 20 alguns povos se ergueram contra "o imperialismo", e que "agora o império levanta armas contra os povos, o império cria bases militares na América Latina".

Uma delegação cubana com a presença de dois ex-guerrilheiros e centenas de admiradores de Che assistiram ao ato realizado ao lado do cemitério de Vallegrande, a poucos metros do lugar onde, dez anos atrás, foram escavados os restos de Che, que haviam passado 30 anos em uma vala comum não-identificada.

Guevara foi ferido e preso por militares bolivianos treinados pelos EUA em 8 de outubro de 1967, ao fim de uma aventura guerrilheira de sete meses. No dia seguinte, foi morto à queima-roupa numa sala da pequena escola da localidade de La Higuera, de onde o corpo foi levado a Vallegrande, cerca de 800 quilômetros a leste de La Paz.

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