Milhares de camponeses vindos de municípios rurais do sul de La Paz começam a chegar à cidade nesta segunda-feira (20) para pressionar o Congresso a aprovar a convocatória do referendo que poderá aprovar ou rejeitar a nova Constituição da Bolívia.
Centenas de outros militantes alinhados ao governo já estão na praça principal da capital boliviana, em frente ao prédio do Congresso, gritando palavras de ordem contra a oposição e exigindo um acordo para a realização da consulta.
Com exemplares do projeto da nova Carta Magna nas mãos e cartazes contra a oposição e meios de comunicação do país, os manifestantes estão concentrados desde cedo no local, isolados por um cordão policial.
A cerca de 15 quilômetros de La Paz, o presidente Evo Morales organiza uma outra marcha de protesto, esta composta por cerca 50 mil pessoas, que já se aproxima da região de El Alto e deve chegar à capital em poucas horas.
Ante o temor de atos violentos, o vice-ministro de governo, Rubén Gamarra, reiterou que a polícia e o Exército vão garantir a segurança dos congressistas que participam das negociações.
"A vigilância ao redor do Congresso e de edifícios públicos, incluindo dos meios de comunicação, foi reforçada. Os parlamentares poderão entrar no Congresso pelas portas laterais", explicou.
Segundo ele, policiais e militares estão aquartelados. Grupos vindos da região do lago Titicaca, na fronteira com o Peru, chegaram a La Paz pela região oeste da cidade, causando a interrupção do trânsito e o fechamento do comércio na região.
As aulas nas escolas foram suspensas e a administração do transporte urbano recolheu parte da frota de veículos.
No Congresso, porém, segue o impasse entre governistas e opositores a respeito da realização do referendo. Antes de votar a convocatória, deputados e senadores querem fazer ajustes em alguns artigos da Constituição, o que tem causado divergências.
O ministro do Desenvolvimento Rural, Carlos Romero, que lidera as negociações por parte dos governistas, denuncia que a oposição pretende "ameaçar o processo de mudança e a democracia".
Já o deputado opositor Peer Maldonado afirma que "existe um desespero do governo para acelerar a reeleição de Morales, para que ele se perpetue no poder".
Aeroporto
Segundo a agência de notícias France Presse, alguns manifestantes invadiram o aeroporto de La Paz para evitar que congressistas deixem a cidade antes da votação que definirá o referendo constitucional.
"Vamos controlar para que os parlamentares não saiam, como haviam dito que não queriam aprovar o referendo", disse à agência Jorge Chávez, dirigente da organização que comanda a mobilização.
Governo pressiona STF a mudar Marco Civil da Internet e big techs temem retrocessos na liberdade de expressão
Clã Bolsonaro conta com retaliações de Argentina e EUA para enfraquecer Moraes
Yamandú Orsi, de centro-esquerda, é o novo presidente do Uruguai
Por que Trump não pode se candidatar novamente à presidência – e Lula pode
Deixe sua opinião