Uma civil israelense morreu e quatro pessoas ficaram feridas por um foguete lançado neste sábado (27) da Faixa de Gaza e que atingiu em cheio uma casa na cidade de Netivot, no sul de Israel.
As vítimas estavam dentro da casa, segundo o Magen David Adom, equivalente israelense da Cruz Vermelha.
O ataque palestino com foguetes, assumido pelo Hamas, é uma represália ao pesado bombardeio israelense que, horas antes, matou mais de 155 pessoas e deixou mais de 200 feridos na Faixa de Gaza.
A Força Aérea de Israel lançou um ataque aéreo com aviões e helicópteros contra alvos do movimento islâmico Hamas em toda a Faixa de Gaza às 11h30 locais (7h30 de Brasília) deste sábado.
Ao menos 155 pessoas morreram vítimas do ataque na Cidade de Gaza e em outras cidades e campos de refugiados, principalmente no norte do território, de acordo com o Hamas, movimento islâmico que controla a região.
Segundo hospitais da região, há centenas de feridos. Os hospitais confirmam mortes na Cidade de Gaza e também em Khan Younis e Rafah, no sul do território.
O ministério israelense da Defesa confirmou o ataque, informou que não houve baixas israelenses e disse que mais ações militares contra alvos do Hamas serão tomadas se for julgado necessário. O porta-voz do Exército, Avi Benyahu, afirmou que a operação "recém-começou" e que não tem prazo para terminar.
O Hamas, a Jihad Islâmica e outros grupos islâmicos prometeram "vingança". O Hamas, que controla a Faixa de Gaza, pediu a seus integrantes que "vinguem pela força" a agressão de Israel, segundo comunicado difundido por rádio.
"Todos os combatentes estão autorizados a responder à matança israelense", disse um comunicado divulgado pela Jihad Islâmica.
O porto de Gaza e instalações de segurança do Hamas foram danificados, segundo o Hamas e testemunhas. O chefe de polícia da região, Tawfiq Jabber, teria sido morto durante o ataque.
Um dos bombardeios teria atingido um quartel onde ocorria uma cerimônia de graduação para novos membros, provocando várias mortes.
Imagens de TV mostraram corpos espalhados nas ruas e feridos sendo carregados, além de danos pesados em edifícios. Uma nuvem de fumaça negra ergeu-se da cidade.
O governo do Egito abriu a passagem de Rafah, na fronteira com Gaza, para permitir a entrada de ajuda humanitária e a saída de feridos pelo bombardeio, disseram à agência EFE fontes egípcias de segurança.
Tensão crescente
O ataque deste sábado registra o maior número de vítimas palestinas desde a Primeira Intifada, entre 1987 e 1991.
O governo israelense ameaçava havia vários dias iniciar uma intervenção militar na Faixa de Gaza, depois que os grupos radicais intensificaram os disparos de foguetes contra o sul do território israelense -um deles, acidentalmente, matou duas meninas palestinas, de 13 e 5 anos.
Israel ampliou o bloqueio à Faixa de Gaza depois que o Hamas expulsou as forças da facção rival Fatah, tomando o território em junho de 2007.
Em junho de 2008, o Egito mediou uma trégua entre as duas partes. Mas, após vários incidentes de lado a lado, ela expirou no último dia 19 e acabou não sendo renovada, aumentando a tensão e a violência na região.
Repercussão O presidente palestino, Mahmud Abbas, condenou os ataques, segundo seu porta-voz. Ele disse que iniciou uma série de "contatos urgentes" com líderes internacionais para que tentem interromper a agressão, disse Nabil Abu Rudeina à France Presse.
O presidente da França e da União Européia, Nicolas Sarkozy, pediu a "suspensão imediata de disparos de foguetes contra Israel, assim como dos bombardeios israelenses a Gaza", segundo um comunicado da presidência.
O responsável pela Política Externa da União Européia, Javier Solana, pediu um "cessar fogo imediato" em Gaza, segundo um porta-voz.
Os ministros de Relações Exteriores dos países árabes anunciaram que vão realizar neste domingo, no Cairo, uma reunião de emergência para tomar posição sobre os confrontos em Gaza, informou a Liga Árabe.
A Líbia, único país árabe atualmente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, informou que vai pedir uma reunião de emergência do conselho.
A Rússia pediu a Israel que detenha a "operação de grande envergadura" em Gaza e ao Hamas que pare de lançar foguetes contra o território israelense, segundo comunicado do Ministério de Relações Exteriores.
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