A Suprema Corte do Paquistão iniciou na segunda-feira as audiências em um processo de anistia que pode agravar a tensão política no país, onde o governo continua lutando contra rebeldes do Taleban em várias frentes.
Duas bombas em um mercado na cidade de Lahore mataram 34 pessoas e feriram outras 109, disse uma autoridade municipal, horas após um homem-bomba ter matado nove pessoas em frente ao tribunal em Peshawar.
O Paquistão, um aliado necessário aos EUA na sua luta contra o Taleban no Afeganistão, está enfrentando sérios problemas de segurança.
Há cada vez mais dúvidas se o presidente Asif Ali Zardari conseguirá sobreviver politicamente a longo prazo. Se a Suprema Corte derrubar um pacote de anistia previamente concedido, alguns assessores próximos a Zardari podem voltar a enfrentar processos de corrupção. A anistia havia beneficiado 8.000 pessoas, inclusive os ministros de Interior e Defesa.
Enquanto isso, a região de Peshawar, no noroeste do Paquistão, enfrenta a maior parte dos atentados realizados em retaliação à ofensiva militar contra os rebeldes. Centenas de pessoas já morreram desde outubro.
"O autor da explosão desceu de um riquixá e correu para os portões do tribunal. Ele detonou os explosivos presos ao seu corpo quando os nossos homens apontaram seus rifles para impedi-lo de chegar ao tribunal", disse o chefe de polícia de Peshawar, Liaquat Ali, sobre o atentado de segunda-feira.
Equipes de resgate recolheram partes de corpos depois da explosão. Seis carros pegaram fogo.
O ataque no mercado em Lahore, perto da fronteira com a Índia, pode reacender temores que militantes querem expandir sua campanha além da região noroeste.
A maioria das vítimas era formada por mulheres que faziam compras no momento do ataque.
O Paquistão é aliado dos EUA na luta contra os rebeldes islâmicos da região. Na semana passada, ao anunciar o envio de 30 mil soldados adicionais para o vizinho Afeganistão, o presidente dos EUA, Barack Obama, alertou Islamabad a não permitir que os militantes afegãos busquem refúgio em território paquistanês.
Isso sobrecarrega os militares paquistaneses, já preocupados em enfrentar a ameaça do próprio Taleban paquistanês.
Na semana passada, militantes pularam um muro e atacaram uma mesquita perto da sede das Forças Armadas em Rawalpindi, matando mais de 40 pessoas.