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O ministro das Relações Exteriores, chanceler Celso Amorim, afirmou nesta terça-feira (1º) que o Brasil exige a libertação "imediata e incondicional" da brasileira presa por Israel durante o ataque ao comboio de ajuda humanitária que transportava suprimentos para a Palestina nesta segunda-feira (31). O ataque deixou ao menos nove mortes.

"Não só porque ela é uma cidadã brasileira totalmente pacífica e pacifista, mas também porque é uma exigência da ONU de que todos que foram presos devem ser liberados imediatamente", afirmou Amorim. "O Brasil exige a liberação imediata e incondicional", afirmou.

Iara Lee é a brasileira que fazia parte da missão interceptada por forças israelenses a caminho da Faixa de Gaza. Ela disse nesta terça-feira que estava no navio atacado, mas só ouviu os tiros durante a abordagem que terminou com pelo menos nove mortes. Iara está presa na cadeia da cidade de Beersheva, no Sul de Israel, a 80 km de Jerusalém. Ela está bem, não foi ferida e recebe ajuda da Embaixada do Brasil.

Segundo Amorim, tão logo o Itamaraty soube da presença da brasileira no grupo, o governo acionou o encarregado de negócios da embaixada, Eduardo Uziel, para procurar informações. O chanceler brasileiro afirmou que o encarregado de negócios foi barrado em Israel em um primeiro momento e só conseguiu conversar com Iara nesta manhã.

A brasileira relatou que o governo israelense tentou fazer com que ela assinasse um documento no qual afirmava ter entrado ilegalmente no país. "Ela disse que não poderia ser liberada logo porque ela não quis assinar um documento que diria que ela entrou em Israel ilegalmente. O que é absurdo, porque ela foi presa em águas internacionais", afirmou Amorim.

Iara está em boas condições e confirmou que está sendo bem tratada, apesar de não ter garantias de retorno de seus documentos e bagagens. De acordo com ele, não há previsão para sua libertação e posterior deportação.

Nesta terça, ela conseguiu conversar com o correspondente da Rede Globo Ari Peixoto, por meio do celular do diplomata brasileiro. "Foi uma coisa surpreendente porque foi no meio da noite, na escuridão, em águas internacionais, porque a gente sabia que ia haver uma confrontação, mas não nas águas internacionais", disse ela. "A primeira tática deles foi cortar todas as nossas comunicações por satélite, aí eles atacaram", contou.

Depois dessa conversa, o governo israelense confiscou o celular do encarregado de negócios brasileiro, disse Amorim.

Nesta segunda, forças da Marinha de Israel lançaram um ataque contra uma frota humanitária integrada por ativistas de diferentes países que se dirigia a Gaza para entregar produtos de primeira necessidade e medicamentos aos palestinos. A operação das forças israelenses resultou na morte de ao menos nove agentes humanitários e deixou vários feridos, entre ativistas e soldados de Israel.

A ação resultou na detenção de 480 ativistas, que foram levado para Ashod, ao sul de Israel. O grupo seria interrogado nesta terça. Outras 48 pessoas que também estavam nos navios e foram detidas esperavam no Aeroporto Internacional Ben Gurion para serem deportadas a seus países de origem, anunciou a rádio pública israelense.

Fim do bloqueio

O chanceler brasileiro também pregou o fim do bloqueio imposto por Israel à Palestina. Ele argumentou que há outras formas de garantir a segurança na área, sem que haja o bloqueio.

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