O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta terça-feira que seguirá pedindo ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, que reduza o número de hondurenhos na embaixada brasileira, onde se abriga desde que voltou ao país.

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Segundo Amorim, na semana passada, quando Zelaya chegou à embaixada em Tegucigalpa, havia 300 pessoas com ele e na segunda-feira esse número era de cerca de 60 partidários.

"Continuamos a exortar o presidente Zelaya e a senhora dele para que esse número seja reduzido", disse o ministro na Comissão de Relações Exteriores do Senado.

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Zelaya foi deposto pelo Exército em 28 de junho, mas há uma semana reingressou no país e está na embaixada brasileira.

O líder de facto Roberto Micheletti ordenou a prisão do presidente deposto, suspendeu as liberdades civis, fechou dois veículos de comunicação pró-Zelaya e avisou o Brasil que teria dez dias para decidir sobre o destino do líder deposto, senão a embaixada será fechada.

O chanceler Amorim voltou a negar qualquer envolvimento do Brasil no retorno de Zelaya e disse que só ficou sabendo meia hora antes de ele chegar à embaixada. O chanceler contou ainda que Zelaya chegou a pedir um avião emprestado ao Brasil para retornar a Honduras.

"Logo no início (após golpe) eu falava constantemente com o presidente Zelaya, numa dessas conversas, como nós tínhamos emprestado um avião para o secretário-geral da OEA, o presidente Zelaya se entusiasmou. Eu avisei o presidente Lula, e disse não. Isso foi há três meses", afirmou Amorim.

O Brasil não reconhece o governo de Micheletti e defende a volta de Zelaya ao poder.

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"O que está em jogo não é só um país pequeno, mas o destino da democracia na América Central. A tolerância a esse golpe poderia estimular outros golpes na região", afirmou Amorim.

A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou nesta terça-feira voto de censura e repúdio, a ser comunicado à embaixada do Brasil em Tegucigalpa, pela suspensão das garantias constitucionais em Honduras e fechamento de meios de comunicação naquele país.

A proposta foi aprovada por unanimidade pelos membros da comissão, mas ainda terá de receber o crivo do Senado Federal para se tornar válida.

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