O Brasil pedirá aos Estados Unidos que, assim como a Colômbia, esclareçam o objetivo do plano pelo qual utilizarão sete bases militares em território colombiano, para ajudar a aplacar as dúvidas que o acordo despertou na região, disse nesta sexta-feira (14) o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
O chanceler confirmou que o Brasil entrou em contato com funcionários de alto escalão do governo norte-americano e que existe "uma disposição muito boa" para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dialogue com o presidente dos EUA, Barack Obama, sobre questões regionais.
"Obviamente, para nós as garantias têm de vir não somente da Colômbia, têm de vir também de um modo ou de outro dos Estados Unidos, porque eles terão o pessoal, terão os aviões", afirmou Amorim a jornalistas na capital peruana, Lima.
"Embora não tenhamos nenhuma razão para suspeitar que (as bases) venham a ser utilizadas de modo diferente, nas relações internacionais é assim que se faz", acrescentou ele.
O plano de uso de até sete bases pelos EUA causou preocupação na região, principalmente na Venezuela, onde o presidente Hugo Chávez até alertou para a possibilidade de uma guerra na região.
No diálogo, Lula também pediria a Obama uma resposta mais firme dos EUA à crise de Honduras, embora "sem nenhum tipo de intervenção". Há cerca de um mês e meio militares removeram à força o presidente Manuel Zelaya e o levaram para a Costa Rica.
"Os Estados Unidos têm mais poder que qualquer outro país para persuadir os que estão no governo de facto (em Honduras) a aceitar o que o presidente Zelaya já aceitou", afirmou Amorim.
Até o momento, o governo interino de Roberto Micheletti se negou a aceitar uma proposta que contempla o retorno de Zelaya, removido do poder sob a acusação de violar a Constituição ao tentar realizar uma consulta popular que abriria caminho para sua reeleição.
Amorim visitou Lima para firmar vários acordos bilaterais e conversar sobre a visita do presidente Lula ao Peru, prevista para 11 de dezembro.
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