A cineasta brasileira Iara Lee (foto) se recusou a assinar um documento declarando ter entrado ilegalmente em Israel, o que garantiria a sua libertação. A descendente de coreanos, que atualmente mora nos EUA, estava em um dos barcos da frota atacada por Israel quando seguia para a Faixa de Gaza.
Mesmo com a recusa em assinar o termo exigido por Israel, a cineasta deve ser deportada hoje. O governo israelense não resistiu à pressão internacional e anunciou ontem à noite que vai libertar em 48 horas todos os 682 passageiros e tripulantes de 37 países que estavam nos seis barcos do comboio marítimo.
Já na noite de ontem, 124 dos 629 presos em Beer Sheva foram levados para Amã, na Jordânia. O grupo incluiu apenas os manifestantes de origem árabe. O motivo: Israel não tem vôos diretos para países como Síria, Kuwait, Indonésia e Líbano, com os quais não mantém relações diplomáticas. Outros 45 ativistas também deixaram Israel à noite. Eles haviam aceitado colaborar com as autoridades. Entre eles está o escritor sueco Henning Mankell, autor de livros de espionagem que venderam mais de 25 milhões de cópias. Outras oito pessoas ainda estão internadas.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, exigiu de Israel a liberação "imediata e incondicional" da cineasta Iara Lee, conforme determina declaração da ONU.