O brasileiro Jean Charles de Menezes, um eletricista de 27 anos, morto na sexta-feira passada à queima roupa por policiais britânicos à paisana após uma perseguição no metrô de Londres, teria o visto de permanência na Grã-Bretanha vencido, segundo informou a rede BBC nesta segunda-feira.
A cadeia pública disse que o visto de Jean, que trabalhava como eletricista, já não era mais válido, o que explicaria o fato de ele ter saindo correndo ao ser perseguido por homens que eram na verdade policiais à paisana.
Os agentes seguiram o jovem brasileiros desde que ele saiu de uma casa no bairro de Tulse Hill, no sul de Londres, até ele pegar um ônibus para chegar à estação de metrô de Stockwell. Ao ver-se seguido, Jean pulou a roleta na entrada da estação e correu em direção ao vagão de metrô. Os agentes disfarçados ordenaram que ele parasse, mas ele aparentemente não obdeceu. Depois de cair no chão, o jovem foi imobilizado e morto com cinco tiros na cabeça.
A morte do brasileiro deflagrou um debate na Grã-Bretanha sobre a ordem de "atirar para matar" da polícia britânica após os atentados de 7 de julho.
Enquanto o governo e a polícia defendem a necessidade de atirar como forma de conter terroristas suicidas em potencial, os defensores dos direitos humanos destacam que tal estratégia é uma ameaça a inocentes, pode gerar disciminação e aumentar o ressentimento entre as comunidades mais fechadas.
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