O presidente dos EUA, George W. Bush, propôs nesta quinta-feira que os 15 países que mais contaminam o planeta se reúnam e determinem até o fim de 2008 uma meta de emissão de gases que produzem o efeito estufa. Pela primeira vez o mandatário reconheceu que a mudança climática é um "desafio sério".
- Os EUA vão trabalhar com outras nações a fim de estabelecer um novo cronograma para as emissões de gás do efeito estufa, para quando o Protocolo de Kyoto expirar, em 2012 - disse Bush.
- Então minha proposta é: até o fim do próximo ano, os EUA e outras nações vão estabelecer uma meta global de longo-prazo para a redução dos gases do efeito estufa. Para desenvolver essa meta, os EUA vão se propor uma série de reuniões de nações que emitem o maior número de gases do efeito estufa, incluindo nações que experimentam rápido crescimento econômico, como Índia e China - acrescentou.
A reunião dos maiores emissores de gás do efeito estufa - que produzem um total combinado de 80% das emissões do mundo - deve acontecer nos Estados Unidos, disse uma autoridade do governo de Washington.
Brasil deverá ser convidado
A reunião vai provavelmente incluir os países desenvolvidos do G8, China, Índia, Brasil, Austrália, África do Sul, México, Coréia do Sul e Rússia, de acordo com a autoridade.
O novo plano prevê a eliminação de barreiras tarifárias dentro de seis meses, liberando a distribuição de nova tecnologia ambiental, segundo a Casa Branca. Com isso, acredita o governo americano, os países teriam mais intercâmbio tecnológico nas áreas de energia alternativa, transporte e combustíveis.
O governo dos Estados Unidos rejeitou, ainda, a proposta européia para deter as mudanças climáticas no mundo com limites de emissões de carbono ao estilo do protocolo de Kyoto.
No ano passado, os EUA registraram uma queda nas emissões de dióxido de carbono, o gás mais associado ao aquecimento global. O declínio de 1,3% desde 2005 - o primeiro em 11 anos - deveu-se principalmente à ocorrência de um inverno não tão rigoroso e a um verão mais ameno.
O líder de Washington revelou o plano em um discurso sobre propostas de desenvolvimento internaciona dos EUA às vésperas do encontro de cúpula do G8, que acontecerá na próxima semana em Heiligendamm, na Alemanha, no qual as mudanças climáticas terão papel predominante.
A chanceler alemã, Angela Merkel, que será anfitriã do evento, já propôs que os membros do G8 - grupo que reúne os países mais industrializado mais a Rússia - comprometam-se na reunião entre 6 e 8 de junho a limitar o aumento da temperatura mundial a dois graus Celsius durante este século.
Saudações da Grã-Bretanha
Após o discurso de Bush, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, saudou a estratégia sobre mudança climática e afirmou que é importante que os EUA tenham dito pela primeira vez que querem fazer parte de um acordo global.
- Pela primeira vez (a América) está determinando seus próprios objetivos domésticos, pela primeira vez está dizendo que quer um objetivo global para a redução de emissões e, portanto, pela primeira vez temos a oportunidade de ter um acordo global apropriado - disse Blair à Sky News durante visita à África do Sul.
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