O capitão Francesco Schettino, que comandava o navio Costa Concordia, que naufragou na sexta-feira passada (13) e deixou pelo menos 11 mortos ao largo da costa da Toscana, negou nesta terça-feira as acusações de que abandonou a embarcação. "O capitão defendeu seu papel na direção do navio após a colisão, o que na visão dele salvou centenas, senão milhares de vidas", disse Bruno Leporatti, advogado de Schettino. "O capitão especificou que ele não abandonou o navio", disse Leporatti à agência France Presse (AFP).
Na segunda-feira (16), gravações telefônicas entre Schettino e um oficial da Capitania dos Portos da Toscana, após o naufrágio e quando o capitão já estava em terra, mostraram que Schettino recebeu a ordem de voltar para o Costa Concordia até que todos os passageiros fossem retirados. "Agora você volta ao navio, sobe pela escada de emergência e coordena a retirada", diz o oficial a Schettino, de acordo com a transcrição da chamada telefônica gravada por uma das caixas-pretas do navio.
"Você precisa nos dizer quantas pessoas, crianças, mulheres e passageiros estão lá e o número exato de cada categoria", disse o oficial da Capitania dos Portos, citado pela agência italiana Ansa.
"O que você está fazendo? Abandonado o resgate? Capitão, está é uma ordem, sou eu que estou no comando. Você declarou abandono de navio", disse o oficial, acrescentando: "Ainda existem corpos".
"Quantos?" questionou Schettino, o que levou a uma resposta curta: "Isso é você quem vai me dizer, o que você está fazendo? Quer voltar para casa?"
As informações são da Dow Jones.
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