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A epidemia de cólera que atingiu o Haiti afeta cada vez menos pessoas, mas ainda que a notícia seja boa não é possível comemorar, já que não se sabe se a doença que já matou 4 mil pessoas está desaparecendo ou apenas faz uma pausa para ressurgir novamente na próxima temporada de chuvas. O diagnóstico é da organização não governamental (ONG) Médicos Sem Fronteiras (MSF).

Houve uma forte queda no número de novos casos em todas as partes do país, desde os campos de arroz do vale Artibonite aos lotados bairros urbanos do Haiti. "A situação geral está melhorando, está claro", disse ontem Stefano Zannini, dirigente da missão local dos Médicos Sem Fronteiras. "O problema é que a possível evolução da epidemia é imprevisível. É impossível dizer se a situação continuará se estabilizando".

Qualquer avanço no controle da enfermidade seria uma das poucas boas notícias no Haiti. Nesse momento, o país está passando por uma crise política, após disputadas eleições, e poderia sofrer mais protestos violentos, que paralisaram as cidades e dificultaram o tratamento da enfermidade em dezembro. Enquanto isso, centenas de milhares de haitianos seguem sem uma casa após o terremoto do ano passado. Além disso, o ex-ditador Jean-Claude "Baby Doc" Duvalier retornou ao país na semana passada.

O número de novos casos caiu para 4.700 por semana, em comparação com 12 mil novos casos semanais registrados em novembro. Há tendência contínua de baixa nas dez regiões do país segundo o último informe do Ministério da Saúde, divulgado na última quinta-feira. Os únicos lugares que aparentemente seguem registrando problemas são as zonas isoladas do noroeste e sul do país. A doença é relativamente fácil de se tratar, caso seja descoberta a tempo, mas em condições precárias pode levar à morte. As informações são da Associated Press.

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