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Eleições nos EUA

Cautelosos, Obama e McCain evitam agressões no último debate

Candidatos mantiveram-se calmos e cuidadosos durante todo o debate: Obama foi simples e frio; McCain teve uma atuação intensa e emocional | Gary Hershorn / Reuters
Candidatos mantiveram-se calmos e cuidadosos durante todo o debate: Obama foi simples e frio; McCain teve uma atuação intensa e emocional (Foto: Gary Hershorn / Reuters)

Candidatos cautelosos encerraram a temporada de debates eleitorais para a Presidência dos Estados Unidos na noite desta quarta-feira (15). Em vez dos ataques previstos pelos principais analistas, os dois candidatos preferiram se manter calmos e cuidadosos. O republicano John McCain atuou de forma mais intensa e emocional, enquanto o democrata Barack Obama foi mais simples e frio.

Uma pesquisa realizada pela rede de TV CNN imediatamente após o debate apontou um melhor desempenho de Barack Obama de que de John McCain. Segundo a pesquisa, 58% dos telespectadores acharam que Obama venceu, e apenas 31% preferiram o desempenho de John McCain. O levantamento tem margem de erro de 4 pontos percentuais.

Mesmo sem agressões de uma ou outra parte, este terceiro encontro foi mais quente que os primeiros. McCain fez uma de suas melhores apresentações e trabalhou numa postura mais ofensiva, tentando recuperar espaço na campanha depois que Obama passou a liderar as pesquisas de intenção de voto. O democrata, por outro lado, atuou defensivamente e mais comedido, tentando não escorregar ou cometer gafes para não perder sua liderança.

Segundo um painel de eleitores indecisos organizado pela rede de TV CNN imediatamente após o debate, mesmo não atuando de forma intensa, Barack Obama se saiu melhor de que seu oponente. Obama foi apontado como vencedor por 13 eleitores, e McCain por nove.

Mudança

O foco dos dois, tanto quando falaram de economia no início do encontro quanto no encerramento do debate, foi a idéia de que o país precisa de uma mudança de rumo político. McCain tentou se distanciar do presidente George W. Bush, e chegou a dizer isso de forma direta. "Eu não sou o presidente Bush e quero dar uma nova direção ao país", disse. Obama manteve o discurso por "mudança" que vem defendido desde o começo da campanha, e disse que associa McCain a Bush por causa do histórico dos votos do seu opositor no Senado.

Em um clima mais intimista de que os dois debates anteriores, os dois candidatos conseguiram abordar os temas da campanha de forma mais objetiva. Os dois trataram mais uma vez de economia, mas entraram pela primeira vez em assuntos como educação e aborto.

Ataques

Em vez dos esperados ataques de que analistas falavam antes do debate, os dois candidatos disseram ser contra campanhas agressivas e se disseram atacados pelo opositor.

Antes que houvesse qualquer ataque mais violento, o moderador do encontro questionou os dois em relação ao assunto. Ele quis saber se eles concordavam com os termos ofensivos usados pelos anúncios dos dois.

McCain falou primeiro, disse ser inaceitável que a campanha tenha se tornado violenta e disse se arrepender do rumo que parte da campanha e disse que ele mesmo tinha sido vítima de ataques dos democratas. Obama disse que é esperado que a campanha presidencial seja dura e ressaltou que uma pesquisa diz que dois terços dos americanos dizem que a campanha republicana é mais violenta. Segundo ele, é aceitável ser atacado por mais três semanas, se isso evitar que os republicanos deixem o governo.

Mesmo sem admitir estar atacando, McCain questionou a proximidade entre Obama e Bill Ayers, acusado pelos republicanos de ser um terrorista – ataque mais esperado para a noite. Disse ainda que Obama tinha relações com uma organização acusada de tentar fraudar as eleições.

Obama pediu para explicar as acusações, e disse que o foco da campanha republicana era esse tipo de acusação. Ele disse que não tem proximidade real com Ayers, que se envolveu com atos espúrios 40 anos atrás. E disse que não tem associação com a comunidade acusada pelos republicanos.

Disputa

O candidato republicano precisava de um bom desempenho para virar o resultado a seu favor nas três semanas que faltam para a votação. As pesquisas de intenção de voto mais recentes mostram que Obama está crescendo em nível nacional e também nos Estados mais estratégicos, após semanas de profunda turbulência na economia - tema em que o democrata é mais bem avaliado do que McCain.

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