O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, fez uma apelo ao Irã na quinta-feira para que faça mais para afastar a suspeita internacional de que esteja tentando fabricar armas atômicas.

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Falando em um evento no Rio de Janeiro, Ban também reiterou que o acordo de troca de combustível mediado pelo Brasil e pela Turquia poderia ajudar a acalmar as tensões com relação ao programa nuclear do Irã.

Ele ressaltou, no entanto, que o Irã precisa fazer mais para garantir ao mundo que o país esteja enriquecendo urânio apenas para fins pacíficos, como Teerã insiste.

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"No centro dessa crise, parece haver uma séria falta de confiança e segurança no Irã", disse Ban numa entrevista coletiva no Rio, onde ele participou do Terceiro Fórum da Aliança de Civilizações da ONU.

"O Irã ao mesmo tempo declarou que continuará com o processo de enriquecimento... Isso causou algumas sérias preocupações da comunidade internacional", acrescentou Ban.

Este mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, ajudaram a negociar um acordo, segundo o qual o Irã enviaria parte de seu estoque de urânio pouco enriquecido ao exterior, revivendo um plano de troca de combustível proposto pela ONU que tinha como objetivo manter as atividades nucleares de Teerã sob verificação.

Os EUA consideram o acordo como uma tática do Irã para ganhar tempo e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU concordaram sobre um projeto de resolução para impor novas sanções contra Teerã.

Ban reiterou os elogios ao pacto, dizendo que ele poderia ser "um passo positivo em direção a um acordo negociado".

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Lula e Erdogan, que foram para Teerã a fim de fechar o acordo de troca de combustível, vão se reunir em Brasília mais tarde na quinta-feira.

O apoio da Rússia ao projeto de sanções deflagrou a pior disputa diplomática entre Moscou e Teerã desde a Guerra Fria. Na quarta-feira, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, acusou o Kremlin de se curvar à pressão dos EUA, levando a Rússia a criticar o líder iraniano por fazer "demagogia política".