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O caminho inverso

Chilenos em Foz e no Rio não conseguem voltar

Chilenos acampam em aeroporto do Rio. Sem dinheiro, muitos deles não puderam dormir em hotéis | Vanderlei Almeida/AFP
Chilenos acampam em aeroporto do Rio. Sem dinheiro, muitos deles não puderam dormir em hotéis (Foto: Vanderlei Almeida/AFP)

Distantes da família e com poucas notícias do país arrasado pelo terromoto, um grupo de 126 turistas chinelos está em Foz do Iguaçu sem poder voltar para casa. Eles dependem da retomada das operações no Aeroporto de Santiago para embarcar.

Os chilenos chegaram à cidade no dia 21 de fevereiro em um voo charter, e teriam de ter retornado no último domingo, dia 28, às 21h45. Depois de passar seis dias em Foz do Iguaçu, eles receberam a notícia do terremoto pela televisão. "Quando vi na televisão, não pude crer", diz o antropólogo Tómas Tellez, 27 anos. Ele, a namorada e a sogra tiveram sorte porque apenas o elevador do prédio onde moram, em Santiago, foi danificado.

Alguns turistas estão em situação difícil porque não trouxeram dinheiro extra ou dispõem de cartão de crédito para pagar as despesas da viagem prolongada. É o caso de América Gonzalez, 70 anos.

"Temos de pagar hotel e comida, mas o dinheiro não dá", diz. Ela conta que está desesperada e apesar de ter tido notícias de que a família passa bem só vai ter certeza da situação quando chegar ao país. Para facilitar a condição dos chilenos, o hotel onde o grupo está hospedado ofereceu um desconto na estada, reduzindo a diária de US$ 140 para US$ 30.

Alívio

Nenhum turista recebeu notícia sobre a perda de familiares no terremoto, mas alguns ainda sofrem com a falta de informação.

O microempresário Marco Gonzalez, 42 anos, não sabe como o pai, que mora na comunidade de Maipu, está. "É uma sensação ruim, não sabemos o que vamos encontrar quando chegar", diz.

O grupo, formado por crianças, adultos e idosos, relata não ter recebido nenhum apoio ou contato da Embaixada do Chile no Brasil. Segundo o guia responsável, o brasileiro Paulo Barbosa, o avião dos chilenos está no Aeroporto de Santiago, mas não pode decolar porque há dificuldades para fazer o combustível chegar ao terminal.

Acampamento

Dezenas de passageiros chilenos ocupam os saguões do Aeroporto Internacional Galeão Tom Jobim, no Rio de Janeiro, esperando uma oportunidade para voltar para casa. Desde sábado, todos os voos que saem do Rio com destino a Santiago, foram cancelados devido ao fechamento do aeroporto da capital chilena. As informações são da Agência Brasil. Um grupo de mais de 50 chilenos está acampando no Terminal 2 do aeroporto, sem saber quando poderá embarcar de volta. Sem dinheiro, muitos deles não puderam dormir em hotéis e, por isso, aguardam o embarque no próprio aeroporto há três dias.

No Terminal 1, a movimentação era grande em frente ao balcão da companhia aérea LAN Chile. A expectativa era grande já que a companhia recebeu autorização do Chile para decolar com um avião, hoje, do Rio de Janeiro. Mas apenas alguns passageiros embarcaram no voo que decolou nesta tarde. Muitos ficaram de fora, já que seis voos da companhia foram cancelados desde o último sábado.

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