O estado de urgência na França anunciado pelo presidente François Hollande após os ataque em Paris foi interpretado pela mídia francesa como um declaração de guerra. A imprensa também destacou que as ações desta sexta-feira aumentam a preocupação com a segurança da COP 21, Conferência Mundial sobre o Clima que acontece entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro em Paris. A reunião de cúpula reunirá 40 mil participantes e delegações de 196 países.
Às 23 horas no horário local (20 horas em Brasília) o clima ainda era de perplexidade com a dimensão dos ataques e as redes sociais foram os principais canais de informação -em tempo real- da ação dos criminosos.
Antecipando-se às medidas ao estado de urgência anunciado pelo presidente, a Prefeitura de Paris pediu que os moradores da capital permanecessem em casa na noite desta sexta. A mesma recomendação foi feita pelo alto comando da policia parisiense.
Em entrevista ao site do jornal “Le Figaro”, um espectador que assistia a um concerto no Bataclan declarou ter visto dois homens armados e vestidos “normalmente” entrarem e atirarem no lado de fora e no interior na sala de espetáculos. Ao canal de televisão BFM, uma testemunha presente no mesmo local disse que um dos atiradores gritou : “Pela Síria!” antes de disparar contra a plateia.
Franceses usam ferramenta de rede social para avisar que estão bem
Franceses estão notificando seus amigos de que estão vivos após os ataques desta sexta (13) em Paris através de um recurso do Facebook.
Assim que ativada, a ferramenta enviou uma notificação aos moradores de Paris. “Você está bem? Parece que você está na área afetada pelos ataques terroristas de Paris. Avise seus amigos que está bem”, diz o texto.
A rede social informa a seus usuários quantos amigos estão na zona dos ataques e quais deles já enviaram uma notificação.
A página traz ainda um resumo da situação: “O presidente francês François Hollande declarou estado de emergência em todo o país devido a uma série de atentados terroristas”.
A ferramenta também foi acionada durante os terremotos no Chile em setembro.
Pelo Twitter, fotos dos pontos atingidos pelos ataques foram partilhadas pelos internautas. E, a exemplo da hashtag #JesuisCharlie lançada após o atentado contra a redação do jornal satírico “Charlie Hebdo” em janeiro deste ano, a hashtag #PrayForParis (orem por Paris) começou a circular na noite de sexta.
Por medida de segurança, por volta de meia-noite e meia, hora local, as televisões interromperam as transmissões ao vivo dos arredores da casa de shows Bataclan.
Durante os ataques de janeiro deste ano, alguns canais foram duramente criticados pelas autoridades francesas por semearem o pânico e atrapalharem a ação policial na operação de tentativa de resgate de reféns da mercearia judaica que foi alvo de um atentado terrorista que terminou com quatro mortos.
Fronteiras fechadas
Depois dos ataques que deixaram dezenas de mortos em Paris, o presidente François Hollande anunciou “estado de urgência” em todo o país. Segundo o chefe de Estado francês, a decisão é uma resposta a “ataques terroristas sem precedentes”.
A medida significa fechamento das fronteiras, poderes especiais para a polícia realizar investigações e operações de busca e limitação da circulação em pontos determinados pelas autoridades em toda a França.
De acordo com o presidente, “o fechamento das fronteiras foi decidido para que as pessoas que cometeram esse crime possam ser detidas. Sabemos de onde veio esse ataque. Temos que mostrar compaixão e solidariedade, mas temos também que mostrar união”, disse Hollande.
Em um pronunciamento de cinco minutos com a voz trêmula, pouco antes da meia-noite (21h em Brasília), o presidente francês disse que os atentados desta sexta-feira (13) foram “um horror”, mas que a França não se deixaria intimidar. “Face ao terror, a força tem que ser grande e as autoridades do Estado têm que ser firmes”.
Antes de encerrar seu breve discurso, Hollande ressaltou: “sabemos quem são os criminosos e quem são esses terroristas” e acrescentou que “operações delicadas” contra o terrorismo ainda estavam em andamento.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”