HOUSTON, Texas, EUA - Nem o ex-presidente Bill Clinton, que, com George Bush pai, forma a dupla encarregada de angariar recursos para o socorro das vítimas do furacão Katrina, poupou o governo federal de críticas, pela resposta lenta à tragédia no Sudeste dos EUA.

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- Nosso governo falhou com aquelas pessoas no início, e acho que agora não há dúvida sobre isso - disse Clinton, em entrevista á CNN. - Cem por cento das pessoas reconhecem isso, que foi um fracasso.

Bush pai disse à CNN que não estava "satisfeito" com a maneira como o governo lidou com a tragédia. Ainda assim, defendeu o filho.

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- O que ele pode fazer? Ele pode apenas sair e fazer o que está fazendo hoje, mostrando que o governo federal está envolvido, tem estado envolvido, vai continuar envolvido - disse o ex-presidente ao entrevistador Larry King, da CNN. - Ele não pode das ouvidos a cada crítica da página de editoriais do "New York Times".

A precariedade do socorro imediato às áreas atingidas foi reconhecida na semana passada pelo próprio presidente Bush, mas, mesmo depois disso, as críticas não acabaram.

A governadora da Louisiana, Kathleen Blanco, disse nesta terça-feira que a ajuda do governo federal foi lenta.

- E eu não sei por quê - disse a governadora à CNN.

Parte das queixas gira em torno de quem tem a responsabilidade pela mobilização de recursos e pela coordenação das atividades.

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A governadora disse que, na sexta-feira passada, Bush ofereceu-lhe a "federalização" da operação militar.

- Eu recusei transferir a autoridade da polícia. A Guarda Nacional tem autoridade para cumprir tarefas de segurança e manutenção da ordem.

A governadora pediu consultoria de um ex-diretor da agência de gerenciamento de emergências dos EUA, a Fema. James Lee Witt disse que "é difícil uma agência desta natureza atuar de acordo com sua missão, quando perdeu o coração".

A Fema, que era independente, passou ao controle do Departamento de Segurança Interna, depois da reforma administrativa promovida por Bush em resposta aos atentados do 11 de Setembro. Witt diz que isso prejudicou a resposta ao Katrina.

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