A Colômbia descartou nesta quarta-feira um encontro entre os presidentes Álvaro Uribe e Hugo Chávez, da Venezuela, durante a cúpula de países amazônicos marcada para o fim de novembro em Manaus.
O chanceler Jaime Bermúdez disse que Uribe irá à reunião apenas para tratar de "temas ambientais", atendendo ao apelo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que os países da região cheguem à cúpula climática de Copenhague, em dezembro, levando uma posição unificada.
Mas Lula também propôs que Chávez e Uribe aproveitem o encontro para tentar resolver suas diferenças, agravadas por causa do recente acordo militar entre Colômbia e Estados Unidos, visto por Caracas como uma ameaça à sua soberania.
"Da nossa parte, não está contemplada essa possibilidade", disse Bermúdez sobre o possível encontro entre Chávez e Uribe.
Chávez também descartou recentemente um encontro com Uribe, assim como qualquer mediação por parte de outros mandatários para pôr fim à crise diplomática que afeta também o comércio bilateral.
Chávez acusou Uribe de ser "traidor", "mafioso" e de ter ligações com o narcotráfico.
Bermúdez confirmou a sua própria presença na reunião extraordinária de chanceleres e ministros da Defesa da União das Nações Sul-americanas (Unasul), prevista para o fim do mês no Equador, mas questionou o organismo por seu silêncio diante do que vê como ameaças de guerra de Chávez contra a Colômbia.
"É, eu diria, decepcionante, paradoxal e muito chamativo que, quando um chefe de Estado de um país da região, membro da Unasul, utiliza uma linguagem bélica e se fala de guerra, a Unasul não tenha feito nenhum comentário a respeito", afirmou.
Os dois países têm mais de 2.200 quilômetros de fronteira comum.
Bermúdez reiterou a intenção colombiana de recorrer a um terceiro país ou a um organismo internacional para que vigie a fronteira com a Venezuela, a fim de evitar incidentes que possam agravar a atual crise.
"A Colômbia é soberana e livre no seu lado da fronteira para adotar as medidas que com caráter preventivo evitem qualquer incidente que possa nos levar a algo que lamentar", disse o ministro.