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| Foto: Carlos Barria/Reuters

Josefina Vidal recebe uma vez por ano um cheque dos Estados Unidos de 4.085 dólares, dinheiro do aluguel pela base naval norte-americana em Guantánamo, em Cuba.

Mas o governo cubano se recusa a compensar os cheques por ver a ocupação norte-americana de Guantánamo como ilegal.

Fidel Castro costumava a colocar os cheques numa gaveta, e Josefina Vidal diz que eles agora estão em arquivos, “como um documento histórico”, um símbolo das disputas entre os dois países por mais de meio século.

“Eu recebia os cheques pessoalmente, ano após ano”, disse à Reuters Vidal, responsável por temas norte-americanos no Ministério do Exterior cubano e principal negociadora nas conversas com Washington. “Temos uma coleção.”

Com os dois países agora colocando de lado a rivalidade da Guerra Fria e reatando relações diplomáticas, muitos antigos conflitos bilaterais estão sendo retomados para negociação.

Os dois lados veem uma chance de avanços rápidos em temas relativamente simples, incluindo possivelmente um acordo de aviação civil. No entanto, outros vão levar anos, e talvez nunca se chegue a uma solução.

De um lado, Cuba quer de volta os 116 quilômetros quadrados e Guantánamo, no leste do país.

O país também quer o fim do embargo econômico, das transmissões anticomunistas de rádio e TV para a ilha e dos “programas de democracia”, financiados pelos EUA, que, segundo Havana, têm como objetivo derrubar o governo.

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou que Guantánamo não está em discussão, e o seu projeto de suspender o embargo enfrenta forte oposição no Congresso controlado pelos republicanos.

Washington também vai pressionar Cuba em assuntos de direitos humanos, democracia e outras liberdades civis.

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