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A Comissão Eleitoral da Tailândia decidiu nesta segunda-feira (12) que o partido governista deve ser dissolvido, em razão de suposto uso irregular de doações de campanha. A notícia é uma potencial vitória para os manifestantes contrários ao governo, que realizam marchas em Bangcoc para pressionar o primeiro-ministro a renunciar e convocar eleições.

Para valer, a decisão precisa ser referendada pela Corte Constitucional. Além disso, cresce a pressão sobre o primeiro-ministro, Abhisit Vejjajiva, após os mais mortíferos confrontos políticos no país em quase duas décadas, ocorridos no sábado. No total, 21 pessoas morreram.

"Se o tema não pode ser resolvido pelos meios políticos, então a dissolução do Parlamento parece ser um passo razoável", disse o chefe do Exército, general Anupong Paochinda. "Se as pessoas querem um governo de união nacional, então por todos os meios que se avance nisso. Eu só quero que a paz prevaleça." As Forças Armadas têm bastante poder no país e a declaração pode ajudar a desestabilizar o atual governo.

Os manifestantes, chamados Camisas Vermelhas, são em sua maioria partidários do ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra. O ex-líder foi deposto em um golpe, em 2006, em meio a acusações de corrupção. Agora, vive exilado.

Doações irregulares

Nesta segunda-feira, em sua decisão, a Comissão Eleitoral concluiu que o Partido Democrata - o mais antigo da Tailândia - é culpado por usar irregularmente doações de campanha. Não há data marcada para a Corte Constitucional apreciar o caso. Houve comemoração durante um protesto, quando foi anunciada a determinação do órgão.

A comissão decidiu sobre uma reclamação dos manifestantes, segundo a qual o Partido Democrata recebeu o equivalente a US$ 8 milhões em doações de uma companhia privada de cimento, a TPI Polene, mas não declarou o dinheiro. A sigla também é acusada de utilizar indevidamente o equivalente a US$ 800 mil vindos de um fundo político.

Caso o partido seja dissolvido, será preciso convocar nova eleição. O primeiro-ministro e todos os altos membros do atual governo estariam, nesse caso, banidos da política por cinco anos. Inicialmente, as eleições deveriam ser convocadas no fim de 2011.

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