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Protestante egípcio descansa em rua suja na praça Tahrir, no Cairo, após dia de confrontos com a polícia | AFP PHOTO/MOHAMMED ABED
Protestante egípcio descansa em rua suja na praça Tahrir, no Cairo, após dia de confrontos com a polícia| Foto: AFP PHOTO/MOHAMMED ABED

Soldados e policiais egípcios abriram fogo e usaram cassetetes e gás lacrimogêneo pelo quinto dia consecutivo, nesta terça-feira, para tentar retirar da Praça Tahrir, no centro do Cairo, manifestantes que se opõem ao regime militar, em meio a uma crescente preocupação internacional com a violência no Egito.

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, qualificou de "chocantes" incidentes como aquele em que dois soldados egípcios foram filmados arrastando uma manifestante pela camisa, expondo suas roupas íntimas, e então agredindo-a com chutes e cacetadas.

"Essa degradação sistemática das mulheres egípcias desonra a revolução, desgraça o Estado e seu uniforme, e não é digna de um grande povo", disse Hillary em discurso na Universidade Georgetown, em Washington.

O general Adel Emara, membro da junta militar que assumiu o poder após a deposição do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro, disse na segunda-feira que o ataque contra a manifestante foi um incidente isolado, que está sendo investigado.

Os EUA, que viam o Egito como um sólido aliado na era Mubarak, dão ao país 1,3 bilhão de dólares por ano em ajuda militar.

Ao alvorecer, disparos foram ouvidos na praça Tahrir, onde os manifestantes tentavam resistir ao avanço de centenas de soldados e policiais, segundo relatos de ativistas e de um jornalista da Reuters no local.

Após uma noite de confrontos, centenas de pessoas continuavam na praça pela manhã, mas o trânsito ainda fluía no local.

Fontes médicas disseram que 13 pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas desde sexta-feira na Praça Tahrir e ruas próximas. Os generais e seus assessores têm condenado os manifestantes, às vezes em termos extraordinariamente duros.

Os confrontos ocorrem em meio às eleições parlamentares no Egito, um processo de seis semanas que vai até 11 de janeiro. Mas o Exército prometeu que a transição para um governo civil será mantida, culminando com uma eleição presidencial em junho.

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