Trípoli - A Líbia chegou ontem ao terceiro dia de confrontos entre opositores e partidários do governo. Militares foram mandados à segunda maior cidade do país, Benghazi (1.000 km da capital, Trípoli), para controlar protestos.
Segundo a rede de tevê Al Jazeera, há relatos não comprovados de forma independente de que os mortos chegam a 50 em três dias.
A organização Human Rights Watch estima que ao menos 24 pessoas morreram no país entre a última quarta-feira e ontem quando opositores do regime promoveram um "dia de fúria'' em várias cidades do país contra o ditador Muammar Gaddafi, há 41 anos no poder.
Testemunhas disseram que ontem, após o funeral de 15 dessas vítimas, ocorreram novos choques em Benghazi.
A imprensa internacional tem sido impedida pelo governo de trabalhar, dificultando a verificação da escala da violência e dos protestos no país.
Benghazi é a cidade onde Kadafi conta com menos apoio. Contudo, duas testemunhas disseram à agência de notícias Reuters que Saadi Gaddafi, filho do ditador e ex-jogador profissional de futebol na Itália, tomou o controle da cidade.
Ashour Shamis, um jornalista líbio baseado no Reino Unido, afirmou que também ontem centenas de manifestantes invadiram a principal prisão de Benghazi e libertaram presos políticos.
Grupos de oposição ao regime exilados na Suíça dizem que manifestantes e policiais desertores lutaram ontem pelo controle de Beyida, a 200 km de Benghazi.
Trípoli permaneceu em clima de tranquilidade, pois apenas partidários do regime organizam manifestações. Kadafi esteve na manhã de ontem na Praça Verde, centro das manifestações governistas, cercado por seguranças, mas não discursou.