O Congresso do Equador disse na quinta-feira que denunciará aos organismos internacionais a intenção do presidente Rafael Correa e de futuros membros da Assembléia Constituinte de dissolver o Parlamento, já que isso, segundo os deputados, "abala o regime democrático".
Segundo os resultados preliminares da eleição de domingo, Correa conseguiu formar uma sólida bancada na Constituinte, o que lhe dá força suficiente para aprovar várias reformas, inclusive a dissolução do atual Congresso.
Em nota, o Congresso disse que pretende "denunciar ante os organismos internacionais competentes os permanentes anúncios de abalar o regime democrático formulados pelo senhor Presidente Constitucional da República e os futuros assembleístas".
"Nos últimos dias alguns cidadãos, entre eles o senhor Presidente Constitucional da República e futuros assembleístas, contrariando o mandato constitucional e o respeito ao Estatuto, manifestaram publicamente suas intenções de dissolver o Congresso", diz o texto, que promete também uma defesa da Constituição, da democracia e do Estado de direito, mas afirma que os deputados estão abertos ao diálogo.
O segundo vice-presidente do Congresso, Bayron Pacheco, renunciou ao cargo, reconhecendo a derrota sofrida pelos partidos tradicionais na eleição de domingo.
A renúncia foi aceita por 44 dos 57 deputados presentes. Nas próximas horas, outros deputados devem se somar à decisão de Pacheco, segundo o líder de um partido moderado de esquerda.
Já o ministro do Interior, Gustavo Larrea, disse a jornalistas que caberá à Constituinte decidir sobre o futuro do Congresso, formado por cem deputados.
"Nós não vamos tirar ninguém à força, o governo respeita o Congresso e o Congresso funcionará até que a Assembléia se instale, e a Assembléia decidirá o futuro do Congresso Nacional", disse Larrea.
Resultados oficiais parciais davam na quinta-feira 70,9 por cento dos votos para o partido Alianza País, de Correa, na eleição de 24 constituintes nacionais. Já foram computadas 59 por cento das urnas. A Assembléia será formada também por cem constituintes provinciais e 6 eleitos por equatorianos no exterior.