O virtual candidato presidencial republicano Donald Trump acabou com o suspense ao anunciar nesta sexta-feira (15) que escolheu Mike Pence, governador de Indiana e procedente da ala conservadora de seu partido, para ser seu companheiro de chapa na corrida em direção à Casa Branca.
Uma coletiva de imprensa havia sido originalmente programada para esta sexta em Nova York, mas Trump decidiu adiá-la após o atentado em Nice.
“Tenho o prazer de anunciar que escolhi o governador Mike Pence como meu companheiro para ser vice-presidente”, escreveu Trump em sua conta do Twitter, anunciando uma coletiva de imprensa para sábado.
“Cristão, conservador e republicano, e nessa ordem”, foi como já se definiu Pence, que conseguiu superar dois políticos de personalidades mais próximas de Trump, o governador de New Jersey Chris Christie e o ex-presidente da Câmara dos Representantes Newt Gingrich.
A escolha também serve para agradar a ala conservadora do Partido Republicano, preocupada desde o início da campanha com a indefinição ideológica de Donald Trump.
Mike Pence, de 57 anos, é um político intransigente em questões sociais como o aborto e o casamento gay, que passou 12 anos como legislador no Congresso e é, desde 2013, o governador do estado de Indiana (norte).
Trump e Pence são esperados na próxima semana em Cleveland, no estado de Ohio (norte), para a convenção republicana de investidura.
A equipe da democrata Hillary Clinton, que ainda não anunciou seu companheiro de chapa, denunciou a “escolha mais extrema jamais vista em uma geração”.
“Ele foi um dos primeiros partidários do Tea Party”, declarou o presidente da equipe de campanha da ex-secretário de Estado, John Podesta.
Donald Trump havia alimentado a novela sobre a vice-presidência ao longo da semana, monopolizado a imprensa. Depois de cancelar o anúncio de sexta-feira em razão do atentado de Nice, que deixou pelo menos 84 mortos, se defendeu de ter tido dúvida no último minuto sobre o escolhido.
Cotado para vice defendeu “inspeção” em muçulmanos
O então pretendente ao cargo de vice Newt Gingrich, de 73 anos, não escondia que estava ansioso para ser nomeado. Horas após o ataque no sudeste da França, ele apareceu novamente na televisão, retomando a proposta anti-muçulmana de Donald Trump que tanto repercutiu.
“A civilização ocidental está em guerra”, disse Gingrich na Fox News, verdadeiro palanque midiático para os conservadores. “Devemos fazer passar por um exame toda pessoa que esteja aqui e que tenha origens muçulmanas, e se for verificado que acreditam na sharia, devemos expulsá-los. Isso é incompatível com a civilização ocidental”, ressaltou.
Como também depois dos atentados de Paris, San Bernardino, Bruxelas e Orlando, Donald Trump se apresentou denunciando o laxismo ou e o que disse ser incompetência do presidente Barack Obama frente a ameaça extremista. Depois de vários dias, retomou o tema da lei e da ordem pública, que fez sucesso com Richard Nixon na eleição presidencial de 1968.
“Eu sou aquele que crê na lei e na ordem”, reiterou Trump. “Tudo começa com as fronteiras. Temos de impedir as pessoas de entrar neste país quando não sabemos quem são ou de onde vêm”.
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