O diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo, lamentou que a cidade de Copenhague tenha se transformado em "palco de um crime", em referência ao fracasso da Conferência do Clima (COP-15), que chegou ao fim sem metas relevantes para conter os efeitos do aquecimento global. "A cidade de Copenhague foi palco de um crime, com os culpados correndo para o aeroporto perseguidos pela vergonha", disse o diretor, em nota oficial distribuída neste sábado (19) à imprensa. "Presidentes e primeiros-ministros tiveram uma chance de uma em um milhão de mudar o mundo para sempre e impedir que o clima entre em colapso", acrescentou.

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A entidade afirma que os líderes mundiais mostraram a sua "incapacidade" no encontro, "colocando os seus interesses particulares acima das necessidades da humanidade". "Os chefes de Estado reunidos em Copenhague falharam. Eles colocaram suas prioridades domésticas acima de um compromisso global."

A entidade criticou a criação do mecanismo de financiamento para combate ao aquecimento global e o compromisso de conter a elevação da temperatura global em 2ºC, medidas presentes em pacto firmado por apenas 30 dos quase 200 que participaram da COP-15. "O acordo não é justo, ambicioso, nem legalmente vinculante. Os líderes falharam em evitar o caos climático. Este ano o mundo enfrentou uma série de crises e com certeza a maior delas é a crise de liderança", disse o diretor-executivo do Greenpeace no Brasil, Marcelo Furtado.

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De acordo com a entidade, o ponto fraco do pacto está na ausência da determinação de uma meta ambiciosa de corte das emissões de gases-estufa. "Sem isso, qualquer esforço de adaptação é insuficiente", ressaltou o Greenpeace.

A entidade defende também que os países desenvolvidos, "os quais têm a maior responsabilidade pelo aquecimento global", devem cortar em até 40% (até 2020) as emissões de CO2 em relação ao volume emitido por cada um em 1990.

A ONG destaca ainda que os países emergentes precisam adotar medidas urgentes, como a aceleração da taxa de crescimento de suas emissões. "É preciso zerar o desmatamento das florestas tropicais e criar um mecanismo que financie ações de adaptação e mitigação nos países pobres. Sem nada disso, o mundo sai da COP-15 deixando o presente e o futuro da humanidade em perigo", alertou.

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