A Coreia do Norte ameaçou nesta quarta-feira (17) uma retaliação "multiplicada por mil" caso os Estados Unidos e seus aliados provoquem o país. O anúncio, feito por meio da mídia estatal, ocorreu horas depois de o presidente norte-americano, Barack Obama, afirmar que a Coreia do Norte é uma "ameaça grave" ao mundo e pedir reforço nas sanções ao regime comunista. Reportagens de meios japoneses e sul-coreanos afirmam que Pyongyang prepara um local adicional para testes de mísseis de longo alcance que, segundo especialistas, poderiam atingir os EUA. No encontro de terça-feira (16) entre o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, e Obama em Washington, os dois líderes concordaram em buscar uma "aliança estratégica" para persuadir a Coreia do Norte a desmantelar todas suas armas nucleares

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Pyongyang afirma que suas bombas nucleares são uma forma de evitar ataques dos EUA e acusam o país norte-americano de tramar com Seul a derrubada do regime norte-coreano. "Caso os EUA e seus seguidores infrinjam a soberania de nossa república, nem que que seja só um pouco, nossos militares e o povo lançarão uma retaliação cem ou mesmo mil vezes maior, com um ataque militar impiedoso", anunciou em um comentário o jornal estatal Minju Joson. O texto chamava ainda Obama de "hipócrita", por querer um mundo sem armas nucleares enquanto seu país continua desenvolvendo essa tecnologia. "O programa nuclear não é um monopólio dos EUA."

Nesta quarta-feira o jornal sul-coreano Dong-a Ilbo divulgou que Pyongyang começou a retirar dinheiro de suas contas bancárias no território chinês de Macau, por temer que esses ativos possam ser congelados por sanções da Organização das Nações Unidas (ONU). Já o diário japonês Sankei afirma em sua edição desta quarta que Pyongyang dá sinais de que prepara dois locais - Dongchang-ni, na costa noroeste, e Musudan-ni, na costa norte - para possíveis lançamentos de longo alcance. O jornal sul-coreano Chosun Ilbo divulgou informação similar, citando um funcionário que pediu anonimato. Já segundo a agência sul-coreana Yonhap, há um cargueiro vazio partindo para esses dois lugares, o que seria uma forma de confundir as agências de inteligência internacionais.

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Em Moscou, a Interfax divulgou declaração do vice-ministro da Defesa, Viktor Popovkin, afirmando que, caso um míssil norte-coreano siga em direção à Rússia, "nós veremos e o abateremos". Alguns analistas acreditam que a retórica de Pyongyang busca convencer o público interno sobre a força do país. Com isso, haveria mais respaldo para o provável sucessor do atual líder King Jong-il, o filho dele Kim Jong Un.