Generais norte-coreanos reuniram-se na segunda-feira, pela primeira vez em cerca de sete anos, com o comando da missão militar da ONU. No fim de semana, o regime comunista norte-coreano alertou que atitudes "arrogantes" de forças dos EUA na região poderiam provocar uma guerra.
A imprensa local disse que o Norte protestou contra exercícios conjuntos dos EUA com a Coreia do Sul, a serem realizados na semana que vem, e contra atividades de tropas norte-americanas estacionadas na Coreia do Sul.
"A Coreia do Norte argumentou que realizar o treinamento militar conjunto num momento em que a situação na Península Coreana já está tensa só elevaria mais a tensão", disse uma fonte militar à agência sul-coreana de notícias Yonhap.
Nas últimas semanas, a Coreia do Norte estimulou a tensão ao preparar o teste de um míssil de longo alcance, supostamente capaz de atingir o Alasca, segundo EUA e Coreia do Sul. Tal míssil falhou em um teste anterior.
A Coreia do Norte também rompeu o diálogo com o Sul e ameaçou reduzir seu vizinho a cinzas caso o presidente sul-coreano, Lee Myung-bak, mantenha as restrições à ajuda ao país comunista, como forma de pressioná-lo a abandonar seu programa de armas nucleares.
O Comando da ONU disse em nota que o Norte solicitou a reunião, que durou meia hora, para "discutir questões de confiança mútua e redução da tensão".
O encontro ocorreu na localidade de Panmunjon, que fica dentro da chamada Zona Desmilitarizada, que serve de fronteira entre Norte e Sul desde o armistício da Guerra da Coreia (1950-53). A nota disse que ambas as partes concordaram em se reunir novamente.
A agência de notícias norte-coreana KCNA disse no sábado, citando uma fonte militar do país, que "se as forças dos EUA continuarem se comportando arrogantemente na área sob controle do Norte e do Sul, o Exército Popular (Norte-)Coreano realizará uma resoluta contra-ação".
Essa fonte disse que nos últimos dois meses as forças dos EUA se aproximaram várias vezes da fronteira propriamente dita, que fica no centro da Zona Desmilitarizada, uma terra-de-ninguém com 4 quilômetros de largura.
A Coreia do Norte posiciona a maioria dos seus 1,2 milhão de soldados perto da Zona Desmilitarizada. Os EUA mantêm 28 mil soldados na Coreia do Sul, prestando apoio aos 670 mil soldados sul-coreanos.
Nesta semana, o enviado especial do governo norte-americano para a questão norte-coreana, Stephen Bosworth, deve viajar para China, Japão e Coreia do Sul.
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