Como se não bastasse o impasse político que inquieta os hondurenhos desde o dia 28, quando o presidente Manuel Zelaya foi deposto, o fantasma da recessão e do desemprego vem se somando ao pesadelo da população depois que uma série de nações e entidades internacionais anunciaram o corte da ajuda financeira a Honduras como forma de aumentar a pressão sobre o governo interino. O orçamento do país para o atual ano fiscal é de US$ 1,5 bilhão - pelo qual a ajuda externa responde por mais de 30%.

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Os Estados Unidos já cortaram os US$ 16,5 milhões de repasse referente à cooperação militar e ameaçam interromper o envio de US$ 18 milhões mensais do programa de ajuda para o desenvolvimento do país. A União Europeia (UE) suspendeu o aporte de US$ 90 milhões. Como efeito imediato da turbulência política, a estimativa é a de que a receita da indústria do turismo tenha caído para menos da metade e projetos de expansão de empresas do setor de serviços estão congelados.

"Ainda não há como quantificar as perdas em termos econômicos das últimas semanas, mas é certo que foram bastante significativas para um país de economia pequena como o nosso", disse o diretor da Comunidade Empresarial de Tegucigalpa, Enrique Vásquez, partidário do presidente de provisório, Roberto Micheletti. "Mas poderemos recuperar essas perdas após a posse do presidente eleito em novembro e, enviando ao exterior um sinal firme de segurança jurídica, poderemos atrair mais investimentos.

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O chanceler do governo de provisório, Carlos López Contreras, tem criticado a decisão da União Europeia de cortar a ajuda econômica. "Não posso entender como a UE, que ajudou a construir nosso sistema jurídico, coloque sua credibilidade em dúvida e se negue a compreender que o que houve aqui foi um processo de substituição de governo constitucional, que fortaleceu nossa democracia", disse ele, na quarta-feira.