O Tribunal Penal Internacional (TPI) acusou hoje o presidente sudanês, Omar al-Bashir, por genocídio em Darfur. A medida deve elevar a pressão diplomática sobre o isolado regime africano. Quatro meses atrás, um painel de apelações do primeiro tribunal permanente para julgar crimes de guerra no mundo decidiu que juízes cometeram um "erro" quando se recusaram, no ano passado, a indiciar Bashir por genocídio. Os promotores então entraram com um processo contra ele. Hoje, juízes emitiram um mandado de prisão, acusando Bashir em três casos de genocídio.
O procurador-geral do TPI, Luis Moreno-Ocampo, acusa Bashir de manter 2,5 milhões de refugiados de alguns grupos étnicos em Darfur em campos "sob condições genocidas, como um (campo de concentração de) Auschwitz gigantesco". A crise em Darfur, no oeste do Sudão, deixou mais de 300 mil mortos, segundo estimativas das Nações Unidas. O governo afirma que os números são exagerados.
A violência começou em 2003, quando tribos africanas da região se rebelaram contra o governo. As tribos queixam-se de décadas de negligência e discriminação. O governo iniciou uma contrainsurgência, durante a qual uma milícia árabe pró-Cartum teria cometido atrocidades contra a comunidade africana.
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”