![Cresce a tensão na Venezuela antes de resultado da eleição Eleitores exibem dedos manchados de tinta após a votação em Caracas | REUTERS/Tomas Bravo](https://media.gazetadopovo.com.br/2013/04/dedos_tinta-1.0.97229724-gpLarge.jpg)
A Venezuela teve neste domingo (14) uma jornada eleitoral sem maiores incidentes, enquanto a tensão política sobe devido às insinuações de vitória feitas tanto pela campanha do presidente interino e candidato, Nicolás Maduro, como pelos aliados do opositor Henrique Capriles.
Por volta das 21h de Brasília, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou oficialmente o fechamento dos centros de votação na Venezuela, mas frisou que o processo continuaria nos locais onde ainda existem filas. Os resultados deveriam ser durante a madrugada.
Maduro, escolhido como herdeiro por Hugo Chávez -morto em março, após uma série de cirurgias em Cuba para tentar combater um câncer na região pélvica - é considerado o favorito, mas pesquisas mostram que Capriles conseguiu nos últimos dias encurtar a vantagem, de 15 para cerca de oito pontos.
Mesmo sem boletim oficial, o chefe da campanha chavista, Jorge Rodríguez, convocou eleitores a palácio presidencial para esperar pronunciamento de Maduro. Com sorriso, afirmava que os governistas "defenderão" o resultado nas ruas e com os instrumentos da Constituição, mesmo que a diferença fosse apenas de um voto.
Enquanto isso, Capriles, em sua conta de Twitter, fez sua mais grave acusação até agora ao CNE (Conselho Nacional Eleitoral), ao afirmar que estariam permitindo votos após o encerramento de mesas.
Às 19h30 (21h em Brasília), Capriles publicou em seu Twitter uma mensagem na qual pedia o fechamento imediato das mesas de votação, dizendo que havia eleitores votando mesmo em mesas que já tinham sido fechadas. No minuto seguinte, Capriles escreveu: "alertamos ao país e ao mundo a intenção de querer mudar a vontade expressada pelo povo".
O vice-presidente do país, Jorge Arreaza, rapidamente condenou Capriles, dizendo na televisão estatal que o candidato deveria "ter muito cuidado".
Os dois comandos de campanha se acusam mutuamente de irregularidades. Os governistas acusaram os oponentes de hackear a conta de Twitter do presidente interino. Já os antichavistas colecionam denúncias de grupos que estariam intimidando eleitores oposicionistas nos centros eleitorais.
Para analistas e operadores políticos, um fator crucial para determinar o ganhador será o nível de abstenção, uma vez que o voto na Venezuela é voluntário.
De acordo com Maduro, a votação de "quebrou recordes de participação", com 11,5 milhões de votos registrados pouco depois do meio-dia.
Ao todo, 18,9 milhões de venezuelanos foram convocados a votar. Historicamente, baixa abstenção tem sido prenúncio de bons resultados para o chavismo.
Já a oposição apontou que a ausência de Chávez na cédula de votação pela primeira vez em 14 anos pode afastar os governistas descontentes.
Presidenciáveis votam
Henrique Capriles foi o primeiro entre os candidatos a votar. "Quero saudar daqui toda a Venezuela", disse o advogado de 40 anos, que compete pela segunda vez ao cargo de presidente como opositor do governo atual.
O presidente interino e candidato nas eleições presidenciais Nicolás Maduro votou em Caracas, logo depois de seu opositor. "Por ele pelo gigante. Pelo meu pai", disse Maduro, se autodefinindo como filho de Hugo Chávez, presidente morto no dia 5 de março em consequência de um câncer.
Nas horas que antecederam o fechamento das urnas houve um aumento no patrulhamento policial para garantir a tranquilidade no processo eleitoral.
O chefe do Plano República, Wilmer Barrientos, reiterou que o período da votação se desenvolveu "com toda normalidade" e sem "nenhum incidente" de destaque.Eleição na Venezuela
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