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Mesmo com a trégua, em Rafah, palestinos ainda tiram corpos dos escombros de casas atingidas por ataques de Israel | Reuters/Ibraheem Abu Mustafa
Mesmo com a trégua, em Rafah, palestinos ainda tiram corpos dos escombros de casas atingidas por ataques de Israel| Foto: Reuters/Ibraheem Abu Mustafa

Uma criança palestina de oito anos morreu e 30 pessoas ficaram feridas nesta segunda-feira (4) em um ataque ao oeste da cidade de Gaza, pouco depois da entrada em vigor de uma trégua humanitária declarada unilateralmente por Israel, anunciaram os serviços de emergência.

Os serviços de emergência responsabilizaram a aviação israelense pelo ataque contra uma casa do campo de refugiados de Shati.

A trégua humanitária de sete horas entrou em vigor às 10h locais (4h de Brasília). Segundo Ashraf al Qidra, porta-voz do Ministério da Saúde na faixa, o ataque aconteceu minutos depois das 10h.

Uma hora depois, Israel também atacou uma casa no campo de Nusseirat, no coração de Gaza, onde houve um número indeterminado de feridos, segundo Qidra. Uma porta-voz militar israelense disse que estava verificando os relatos de ataques.

O cessar-fogo unilateral é vem horas após o bombardeio de uma escola da ONU em Rafah, no sul de Gaza, que deixou dez mortos. O ataque foi motivo de duras condenações da organização e dos Estados Unidos ao Estado judaico.

A única área de Gaza que ficará de fora é o leste de Rafah, a cidade onde aconteceu o ataque à escola, devido a combates com militantes do Hamas e onde se manterá a presença militar de Israel.

O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, disse que o grupo palestino não acredita na trégua. "Esse cessar-fogo é unilateral e serve para desviar a atenção dos massacres feitos por Israel. Pedimos que nosso povo mantenha a cautela".

Em um ataque aéreo da madrugada, Israel matou Danyal Mansour, um alto comandante da Jihad Islâmica, um grupo palestino que luta com o Hamas.

Trégua

Israel diz que a trégua tem o objetivo de permitir que algumas das centenas de milhares de palestinos deslocados voltem para casa.

"Somente um cessar-fogo permanente, envolvendo ambos os lados, nos convencerá a ir para casa para ficar. Por enquanto, permanecemos na escola das Nações Unidas", disse Mervat, 23, que se mudou com a família para o campo de refugiados de Jabalia, mas que aproveitou a trégua para ir até sua casa em Beit Lahiya.

Na Cidade de Gaza, dezenas de pessoas faziam fila nos bancos e caixas eletrônicos para retirar dinheiro.

A paralisação nos combates é anunciada depois que Israel retirou tropas da região e enviou mensagens autorizando a volta para casa de palestinos de algumas regiões de Gaza.

Isso foi interpretado pela imprensa israelense como um sinal de que a operação Margem Protetora possa estar em seu final. Desde o início da ofensiva, em 8 de julho, morreram 67 pessoas em Israel e mais de 1.800 palestinos.

Mais de um quarto dos 1,8 milhões de habitantes da faixa de Gaza estão deslocadas. Cerca de 3.000 casas palestinas foram destruídas ou danificadas.

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