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Cidadãos da Crimeia votaram em um referendo neste domingo (16) para decidir sobre uma cisão da Ucrânia e uma união com a Rússia, com Kiev acusando Moscou de aumentar rapidamente a presença militar na península em uma "violação crua" de um tratado internacional.
Em meio a uma crise Leste-Oeste reminiscente da Guerra Fria, o ministro da Defesa em exercício da Ucrânia, Ihor Tenyukh, disse que o número de militares russos na Crimeia está agora duas vezes maior que o nível acertado com Moscou e que a força de Kiev estão tomando "medidas apropriadas" ao longo da fronteira com a Rússia.
Tenyukh afastou qualquer sugestão que a Ucrânia, enfraquecida econômica e militarmente, poderia desistir ante o poderio russo.
"As decisões serão tomadas dependendo de como os eventos desdobrarem-se. Mas quero dizer mais uma vez que esta é nossa terra e que nós iremos abandoná-la", disse ele à agência Interfax.
Países ocidentais dizem que a votação, que deverá ser a favor da união com a Rússia devido a uma maioria de idioma russo na região, é ilegal e está sendo conduzida sob ameaça.
Nas Nações Unidas, 13 membros do Conselho de Segurança votaram por um esboço de resolução dizendo que o resultado não deveria ser reconhecido internacionalmente, mas Moscou exerceu seu poder de veto, enquanto a China absteve-se.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, rejeitou as acusações do Ocidente, dizendo ao Secretário de Estados dos EUA, John Kerry, que o referendo está dentro da legislação internacional.
As urnas foram abertas por volta das 8h da manhã pelo horário local (3h pelo Horário de Brasília) e serão fechadas 12 horas depois.
Resultados preliminares do referendo serão conhecidos no final do domingo, com os números finais esperados para daqui um ou dois dias.