O assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse nesta quarta-feira (4) que a credibilidade da América do Sul e da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) está "em jogo" com a crise entre Venezuela e Colômbia. Garcia disse ainda que a posse do presidente eleito da Colômbia, Juan Manuel Santos, no próximo dia 7, deve favorecer a solução do impasse.
"Esperamos que na Colômbia nós venhamos a ter agora, com a ascensão do novo presidente, outras condições para o diálogo. Essa foi a percepção que tivemos da conversa que o presidente Lula teve com o presidente Santos há poucos dias", disse. Segundo ele, o governo brasileiro vai trabalhar pela solução da crise durante reunião com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, em Caracas, na próxima sexta (6).
"Pretendemos renovar o diálogo, em Caracas. Vamos insistir nesse tema para desmanchar essa confusão que se armou, o mais rápido possível", afirmou. Para Garcia, Colômbia e Venezuela têm interesse em negociar.
"Há interesses políticos muito importantes. A credibilidade da América do Sul e da Unasul estão , evidentemente, muito em jogo. E há interesses econômicos do ponto de vista bilateral. O fluxo de comércio exterior está fragilizado no momento atual, e acho que isso é ruim", disse.
Irã
Garcia também comentou sobre os esforços brasileiros em ajudar a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento. Segundo ele, há quase três semanas o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, pediu ao colega iraniano, Ramin Mehmanparast, que beneficiasse Sakineh com "alguma medida de liberdade".
"O presidente fez um comentário que seria a possibilidade dessa iraniana vir para cá. É importante dizer que o ministro das Relações Exteriores, por instrução do presidente, havia conversado umas duas ou três semanas antes informando ao seu colega iraniano de que estávamos preocupados com essa situação e de que gostaríamos que ela fosse beneficiada por alguma medida de liberdade", disse.
Garcia afirmou ainda que as relações diplomáticas entre Brasil e Irã não serão prejudicadas com o caso de Sakineh. Nesta terça (3), o chanceler do Irã respondeu à proposta feita por Lula de receber a iraniana no Brasil dizendo que o presidente brasileiro é "emotivo" e não deve ter recebido informações suficientes sobre a questão.
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