O Escritório de Interesses de Cuba em Washington, que vai abrigar a embaixada do país nos EUA.| Foto: Gary Cameron / Reuters

Cuba finaliza os preparativos para a abertura de sua embaixada em Washington em um elegante edifício construído há quase um século que resistiu durante décadas a intrigas políticas e dificuldades econômicas.

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Os três andares da mansão de estilo francês, que foi erguida em 1917 e fica a três quilômetros da Casa Branca, passaram despercebidos durante anos para muitos que passavam pela 16th Street, dada a ausência de bandeiras ou símbolos que identificassem Cuba.

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Só os mais curiosos reparavam no cartaz no muro, que identifica o edifício como o Escritório de Interesses de Cuba, e deixa clara sua vinculação à embaixada da Suíça, país que exerceu o papel de mediador entre os dois antigos inimigos da Guerra Fria durante os anos sem relações diplomáticas.

Nas últimas semanas, o Escritório de Interesses vem atraindo olhares enquanto se transforma em embaixada, com uma entrada recém-pavimentada, um muro com tinta fresca, um novo jardim e um mastro onde se será içada a bandeira de Cuba no dia 20 de julho.

Estrutura

Comparada com o imóvel cinza de sete andares que se transformará na embaixada dos EUA em Havana também no dia 20, a futura missão é um prédio pequeno, embora sua fachada tenha o ar das grandes mansões de Washington.

No primeiro andar está o bar Ernest Hemingway, batizado em homenagem ao escritor americano que viveu em Cuba. “Achamos que [Hemingway] faz parte de nossa história cultural”, avalia o chefe do Escritório de Interesses de Cuba em Washington, José Cabañas.

A mansão começou a ser construída em 1916, quando o governo cubano contratou a firma local MacNeil & MacNeil para projetar sua delegação nos EUA, um status inferior ao de embaixada. Um ano depois, a diplomacia se instalou na mansão de estilo neoclássico.

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Em 1923, o edifício foi elevado à categoria de embaixada, que fechou suas portas em janeiro de 1961, após a ruptura de relações diplomáticas. O edifício ficou vazio, embora protegido pelo governo da então Tchecoslováquia, escolhido por Cuba para representar seus interesses nos EUA. Em 1977, EUA e Cuba chegaram a um acordo para abrir seções de interesses e o governo cubano reabriu a mansão. Desde então, o governo suíço foi o responsável técnico pela seção cubana.

Tensão

Os sete chefes que o escritório teve em Washington viveram momentos de tensão política, como a chamada “crise dos balseiros” em 1994, a disputa em 1999 sobre o destino do “menino náufrago” cubano Elián González e a intensificação do embargo econômico à ilha desde 1980. A seção suportou duas tentativas de atentado, em 1978 e 1979, que foram reivindicadas por grupos anticastristas.

Após 54 anos, os diplomatas cubanos prepararam a bandeira que marcará a reabertura: três metros de tecido das mesmas cores da bandeira americana que será hasteada em Havana.